Em um briefing para a imprensa nesta quarta-feira (12), o embaixador do Cazaquistão Bolat Nussupov falou sobre os trágicos acontecimentos naquele país. Um vídeo foi exibido para mostrar detalhes dos conflitos nas ruas do país , na primeira semana de janeiro, com ataques armados contra escritórios administrativos, delegacias de polícia, bases militares, civis e jornalistas.
Nussupov lembrou que a situação mais difícil foi na cidade de Almaty, “onde terroristas tomaram a prefeitura, a residência local do presidente do Cazaquistão, os departamentos de polícia da cidade, o Comitê de Segurança Nacional, o Ministério Público e os estúdios de várias empresas de televisão e rádio”.
O diplomata afirmou que o Cazaquistão foi submetido a agressões armadas por grupos terroristas bem coordenadas no exterior. Segundo, os protestos que começaram para combater o aumento dos preços do gás acabaram se transformando em um ataque direto às instituições do país. “Não temos dúvida que foram extremistas islâmicos treinados”, disse o embaixador.
Em sua fala, Nussupov admitiu que as agências de segurança do Cazaquistão não estavam prontas para ataques tão maciços e coordenados em diferentes regiões ao mesmo tempo. No entanto, garantiu que a situação no país já se estabilizou. “Está havendo uma reorganização de todo o sistema de segurança nacional, bem como ações do governo para melhorar o bem-estar dos cidadãos e restaurar a confiança dos investidores”, relatou.
De acordo com o embaixador, a retirada das tropas de paz da CSTO (Organização do Tratado de Segurança Coletiva)começará nesta 5ª feira (13) com previsão de conclusão em 23 de janeiro. “Uma investigação em grande escala está em andamento e, assim que for concluída, os resultados serão disponibilizados à comunidade internacional”, informou.
Além de anunciar a conclusão da missão militar, o retorno do acesso à Internet, o governo cazaque nomeou na terça-feira (11) um novo primeiro-ministro, Alikhan Smailov, de 49 anos. Também exigiu do banco central e da reguladora financeira do país que assegurem a estabilidade das taxas de câmbio, de modo a solidificar a confiança na moeda local.
Relações bilaterais – Os acontecimentos no Cazaquistão, segundo Nussupov, não vão interferir nas boas relações do seu país com o Brasil. “A cooperação com o Brasil vai continuar, como sempre, seja na área investimentos, seja na área cultural ou em qualquer outro campo”, garantiu.