Ásia Central e América do Sul têm muito a avançar em termos de negócios, com benefícios mútuos, acredita o cônsul José Horácio Ribeiro
A cidade de São Paulo ganha neste mês um consulado honorário do Cazaquistão. O país, que detém o título de maior economia da Ásia Central, quer estreitar as relações comerciais com o Brasil, e a inauguração do consulado honorário na capital paulista, marcada para 24 de agosto, faz parte das iniciativas nessa direção. Diferentemente das atribuições na embaixada do país em Brasília, que cuida de questões administrativas e relações governamentais, o foco do consulado será o fomento aos negócios.
O advogado José Horácio Halfeld Ribeiro assume o posto de cônsul honorário. “Já são 30 anos de relações diplomáticas entre os dois países e dez anos da instalação da embaixada do Cazaquistão no Brasil. Ainda há muito a avançar em termos de negócios, com benefícios mútuos. Vamos trabalhar para acelerar o crescimento das nossas relações comerciais”, afirma Halfeld.
O Cazaquistão, ex-república soviética desde 1991, é o nono maior país do mundo em extensão territorial, logo depois da Argentina, e ambos têm praticamente o mesmo tamanho (2,7 milhões de km²). No entanto, a população — 19 milhões de habitantes — é praticamente metade da dos nossos vizinhos. Com um PIB de US$ 193 bilhões em 2021, o Cazaquistão ocupa a 54ª posição no ranking de maiores economias do mundo, mas tem uma posição estratégica, pois faz fronteira com as potências China e Rússia, que também são seus principais parceiros econômicos.
Com economia em ascensão, o PIB do Cazaquistão subiu 3,1% em 2022 e, entre 2010 e 2019, teve um crescimento médio de 4,9%. A indústria do petróleo é, de longe, a principal atividade econômica do Cazaquistão, respondendo por 25% do PIB, mas o país também detém o estratégico título de maior produtor de urânio do mundo – e maior exportador desse minério para o Brasil.
“Mais do que aumentar as exportações e importações, o Cazaquistão quer ser uma porta de entrada para o Brasil na Ásia Central, um hub em especial para o país integrar a Nova Rota da Seda. Além disso, há muito interesse na expertise do Brasil no agronegócio. O Cazaquistão tem 220 milhões de hectares de terras agriculturáveis e, segundo a FAO, é o sexto país com mais área agriculturável do mundo e há muito interesse em receber investimentos do Brasil nesse setor”, afirma o cônsul honorário.