Estão programados três dias de cerimônias para a posse do novo presidente, que receberá a faixa bicolor no dia em que o Peru comemora o bicentenário da independência. A nova chefe do Congresso, a opositora María del Carmen Alva, tomará o juramento do novo presidente em uma cerimônia que deve começar ao meio-dia (14h00 de Brasília).
Muitas ruas do centro de Lima foram cercadas pela polícia, que mobilizou 10.000 agentes em toda a capital. Vestido com um terno andino preto bordado e seu clássico chapéu Cajamarca branco de cano alto, Castillo chegou pouco antes das 9h (11h00 de Brasília) ao Palácio Torre Tagle, sede da Chancelaria.
De acordo com o protocolo, lá deverá aguardar uma delegação parlamentar que o levará ao Congresso, um percurso de quatro quarteirões que pode ser feito a pé ou de carro. Depois de tomar posse, Castillo fará um discurso no qual deverá detalhar suas prioridades e tentar aliviar as preocupações do setor privado e de boa parte dos peruanos que temem uma virada acentuada para o socialismo após três décadas de políticas liberais.
A posse será assistida pelo rei da Espanha, Felipe VI, cinco presidentes (Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile e Equador) e dois vice-presidentes (Brasil e Uruguai), bem como um enviado do presidente americano Joe Biden, o secretário de Educação Miguel Cardona.
Castillo foi proclamado presidente eleito há oito dias pelo júri eleitoral, que levou um mês e meio para analisar as contestações e recursos antes de declará-lo o vencedor da votação de 6 de junho contra a candidata de direita Keiko Fujimori.
O novo presidente, de 51 anos, que costuma usar o chapéu branco típico dos camponeses de sua terra natal, Cajamarca (norte), é católico e contrário ao aborto e às uniões entre pessoas do mesmo sexo. Castillo, que deve anunciar os nomes de seu chefe de gabinete e ministros-chave a qualquer momento, terá a centro-direita María del Carmen Alva como líder do Congresso peruano.
Dez partidos estão presentes no fragmentado Congresso de 130 membros. As maiores bancadas são do Peru Libre, partido de Castillo, com 37 cadeiras, e da Força Popular de Fujimori, com 24. Ação Popular, partido de Alva, tem 16.