Comissão parlamentar retira a Ordem do Cruzeiro do Sul de Bashar al-Assad
A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, revogou, nesta quarta-feira, 11, a concessão da Ordem do Cruzeiro do Sul, honraria dada em 2010, pelo presidente Lula ao ditador deposto da Síria, Bashar al-Assad.
Bashar al-Assad foi deposto no domingo, dia 08, após comandar um regime ditatorial por 24 anos. Em julho de 2010, o presidente Lula concedeu ao então líder sírio o Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.
Trata-se da “mais alta condecoração atribuída a cidadãos estrangeiros, pelas sua reconhecida nobreza, honra e caráter, sendo uma forma de o governo brasileiro reverenciar estrangeiros que realizem grandes feitos pelo país”.
Esta é a segunda comenda que al-Assad perde. Em 2017, a França por meio de seu presidente, Emmanuel Macron realizou a retirada da Grande Cruz da Legião de Honra, maior comenda concedida pelo país, que havia sido concedida ao ditador.
Rodrigo Valadares (UNIÂO-SE), relator da proposta apresentada por Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), em 2018, afirmou que “o ditador al-Assad não se encaixa na descrição exigida pela Ordem e nem respeita os princípios nos quais se baseia nossa democracia. Cabe recordar que o próprio Brasil reconheceu a tirania do governo sírio, ao votar sim durante a Assembleia Geral da ONU que aprovou, em 16 de fevereiro de 2012, uma resolução de apoio ao plano da Liga Árabe para que o ditador sírio deixasse o poder”, explicou.
Para Lucas Redecker (PSDB-RS), “esta medida tem um enorme simbolismo internacional, pois o Brasil não deveria conceder comenda alguma para ditador, seja quem for. Além disso, ao cassarmos essa comenda, protegemos os cerca de 3,5 mil brasileiros que residem na Síria e não podem ser confundidos com eventuais apoiadores do regime deposto, além de situar o Brasil entre os países que poderão contribuir efetivamente com a reconstrução de uma Síria estabilizada politicamente no futuro”, destacou.
O número de refugiados da Guerra Civil que assola aquele país é estimado em 6,6 milhões, de acordo com dados da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR). A guerra matou mais de 220 mil pessoas, várias delas com o aval de Bashar al-Assad, que comandou ataques de armas químicas, torturas brutais, como arrancar os olhos de opositores ao regime, chicoteamento de civis, ataques a hospitais e lançamento de bombas de barris de aço.
Fonte: Assessoria de imprensa – CREDN