Ministros dos Emirados Árabes Unidos estão no Brasil para encontros relacionados à cúpula do grupo Brics e reuniões com autoridades e instituições locais e afirmam que País é um importante parceiro comercial e de investimentos.
A ministra da Cooperação Internacional dos Emirados Árabes Unidos, Reem Al Hashimy, e o ministro assistente de Assuntos Econômicos e Comerciais do país árabe, Saeed Mubarak Al Hajeri, participam nesta semana de encontros com autoridades e instituições brasileiras, além de eventos relacionados à cúpula do Brics, que será sediada no Rio de Janeiro em julho. Em um encontro com jornalistas realizado na manhã desta segunda-feira (28) no hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, Al Hashimy afirmou que os Emirados acreditam no diálogo e na parceria e veem a diversidade como uma “força, e não uma divisão”.
“Como um construtor de pontes, vemos o Brics como uma plataforma de colaboração, não de confronto”, disse Al Hashimy em discurso. Ela observou que o Brics oferece uma plataforma vital para colaboração por meio de temas econômicos, culturais e geopolíticos, o que leva os Emirados a manter uma “porta aberta” para um diálogo construtivo na busca por soluções aos desafios do planeta e promover a paz e a estabilidade. Brics é o grupo formado por Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul, Irã, Etiópia, Emirados Árabes Unidos, Egito e Indonésia.
A ministra enfatizou a importância de trabalhar em parceria com outros países e disse que a relação dos Emirados com o Brasil tem um “imenso potencial”. Afirmou que o país do Golfo está comprometido em avançar nesta parceria em diversos setores e em trabalhar junto com o Brics para impulsionar a estabilidade, a prosperidade e oportunidades para todos.
Al Hajeri, por sua vez, disse que a relação dos Emirados é pautada pela confiança, compartilhamento de ambições e o comprometimento por resultados tangíveis. Ele lembrou que o Brasil é o principal parceiro comercial dos Emirados na América do Sul e que o seu país é o segundo principal parceiro econômico do Brasil no Oriente Médio e Norte da África (atrás apenas da Arábia Saudita em volume de negócios).
“Em 2023, o comércio não petrolífero entre os Emirados Árabes Unidos e o Brasil excedeu US$ 4 bilhões, um testemunho da profundidade e resiliência dos laços econômicos [entre as duas nações]”, disse, afirmando acreditar que este é “apenas o começo”. “Nosso objetivo é expandir significativamente os volumes de comércio, fluxos de investimento e colaborações em variados setores nos próximos anos” disse. Al Hajeri citou que os Emirados veem o Brasil como um parceiro estratégico em setores como agricultura, energia, infraestrutura e defesa, segmentos em que instituições do país já mantêm investimentos no Brasil.
Olhar para a sustentabilidade, além dos Emirados
Também em seu discurso, Al Hashimy lembrou que Emirados e Brasil têm trabalhado em favor da sustentabilidade no âmbito das Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28), em Dubai, nos Emirados, COP29 em Baku, no Azerbaijão, e COP30, que será neste ano em Belém, no Pará. Ela disse que seu país reconhece que o desenvolvimento econômico não pode ser separado da sustentabilidade. “Durante a COP28, os Emirados e o Brasil colaboraram intimamente, culminando na adoção do Consenso dos Emirados, que foi endossado por 198 nações participantes [daquela COP]”, afirmou. “Quando olhamos para a futura COP30, acreditamos que o Brics pode nos ajudar a combinar a ambição climática com oportunidade econômica”, concluiu a ministra.
Em sua passagem pelo País, Al Hashimy esteve com o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e participará nesta terça-feira (29) do evento “Brics: um diálogo de alto nível com Sua Excelência Sra. Reem Al Hashimy”. O bate-papo com a ministra será realizado na sede da Fundação Getúlio Vargas
Fonte: ANBA