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Brasília, 65 anos e uma alma a ser moldada

17 de abril de 2025
em Artigos
Tempo de Leitura: 6 mins
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Uma cidade sem vitrines, sem multidões com pressa, onde avenidas largas se estendem sem calçadas… O que estamos procurando aqui, em Brasília? Para quem se aventura por lá, essa capital futurista, emergindo do nada no coração árido do Cerrado, confunde, intriga e fascina tudo ao mesmo tempo.

Wahiba RABHI

um mundo distante da efervescência tropical de outras metrópoles, Brasília impõe um ritmo próprio – feito de silêncio, imensidão e simetria. Aqui, tudo foi pensado com antecedência, como se a improvisação, tão cara à alma brasileira, tivesse sido proibida.

É preciso dizer que Brasília nasceu de uma utopia. A ideia de uma capital no coração do país remonta a 1823, impulsionada pelo sonho de um Brasil mais equitativo. Mais tarde, em um sonho profético, Dom Bosco, um padre italiano, vislumbra ali uma cidade ideal. Esse sonho tomou forma sob a presidência de Juscelino Kubitschek (1956-1960), que confiou a missão a Lucio Costa e Oscar Niemeyer.

Mil dias terão sido suficientes para vê-lo emergir, como gostamos de repetir aqui. Mas ao organizar cada enredo, ao traçar cada linha, seus projetistas podem ter esquecido que a desordem espontânea muitas vezes dá corpo a uma cidade.

Às vésperas de completar 65 anos, nascida em 21 de abril de 1960, Brasília continua dividida. Alguns elogiam sua tranquilidade, sua segurança, sua audácia arquitetônica assinada por Oscar Niemeyer. Outros a veem como uma cidade congelada, projetada para o automóvel, onde o olhar se perde em esplanadas desertas. No entanto, na tese apresentada em 1957 para o concurso para a futura capital substituir o Rio de Janeiro, o urbanista Lucio Costa sonhava com “uma cidade projetada para o trabalho ordenado e eficiente, mas também viva, agradável, propícia a sonhos e especulação intelectual, capaz de se tornar, além de um centro de governo, um dos centros culturais mais lúcidos e sensíveis do país”.

Desse sonho nasceu o plano piloto, cuja silhueta, em forma de avião – ou de pássaro, dependendo das sensibilidades – impõe rigor funcional. Sua espinha, o eixo monumental, desenha uma linha reta pontuada por áreas distintas: bancos e instituições de um lado, hotéis e lojas do outro, cada um confinado ao seu próprio perímetro. Mais adiante, as embaixadas, divididas entre os setores norte e sul, alinham-se em uma calma silenciosa. É ao longo deste eixo que se estende a esplanada dos ministérios, até emergir na Praça dos Três Poderes — uma vasta extensão de rua onde se defrontam o Palácio Presidencial, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, numa solenidade quase gélida. No entanto, esse coração de poder permanece surpreendentemente deserto. Alguns turistas dispersos, funcionários apressados: a vida aqui parece manter distância.

Um pouco mais adiante, os clubes privados muito populares entre a elite estão espalhados longe do tumulto comum, ao longo do Lago Paranoá. Este corpo artificial de água foi projetado para suavizar a dureza do clima seco durante o inverno austral.

Perpendicularmente, o eixo residencial em um arco de círculo acolhe os bairros organizados em torno das famosas superquadras. Esses blocos de edifícios arborizados, cada um com comércio e serviços locais, visavam um ideal de vida comunitária onde tudo seria feito a pé. Mas, por força da racionalidade, a cidade tornou-se fragmentada.

“Sinto que estou vivendo em uma bolha, privado desse caos fértil que dá vida às grandes cidades. Mesmo para um café simples, você tem que planejar com antecedência”, disse Luna Garcia, uma jovem expatriada que mora em uma superquadra no Norte, ao MAP. O ambiente é pacífico, seguro, mas não propício a encontros espontâneos.

Talvez este seja o paradoxo fundador de Brasília: ser ao mesmo tempo modelo e prisioneiro do próprio ideal? Onde Salvador ganha vida ao ritmo do eixo – um cortejo musical herdado das tradições afro-brasileiras – onde o Rio ressoa com o samba, onde São Paulo pulsa com energia econômica, Brasília segue um caminho diferente, mas luta para escapar da frieza de seu design. Seu urbanismo geométrico, sua segmentação social, sua falta de ancoragem histórica alimentam a impressão de um cenário de bastidores.

Concebido como um centro de decisão, foi pensado para ser acima de tudo funcional”, diz Anderson Cunha, advogado e consultor de estratégia institucional. Radicado na capital há 25 anos, ele descreve uma cidade “ordenada, fluida, legível”, um ativo que mede diariamente em suas idas e vindas entre instituições.

Longe do centro projetado para as elites administrativas, as classes trabalhadoras vivem relegadas a uma das 34 cidades-satélites – Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, etc. – que traçam uma auréola em torno do plano piloto. Eles são o lar daqueles que mantêm a capital funcionando, sem morar lá. “Tudo parece ter sido pensado para funcionários públicos. Para os outros, a cidade continua distante”, diz Carlos Silva, um jardineiro, com as mãos ainda cobertas de terra vermelha.

Mas as linhas estão mudando. Em algumas periferias, como Águas Claras, o rigor inicial deu lugar a uma nova efervescência. Bares, cafés e restaurantes estão se multiplicando, atraindo jovens ansiosos para conhecer novas pessoas. Mercados alternativos, concertos de rua, festivais efêmeros surgem aqui e ali, respirando uma lufada de ar fresco na cidade por um longo tempo. Por ocasião do seu 65º aniversário, a capital prepara-se para celebrar a sua história, o seu modernismo e a sua diversidade através de três dias de festividades: concertos de artistas de renome, eventos culturais, áreas infantis, praças de alimentação e transportes públicos reforçados para acompanhar a multidão.

O Parque da Cidade, um vasto pulmão verde no coração de Brasília, oferece uma rara sensação de vida compartilhada. Corredores, ciclistas, famílias e caminhantes se encontram ali ao ritmo da sombra das árvores. Longe do concreto e das linhas retas, a cidade finalmente parece estar respirando. “Eu vou com meu filho quando preciso respirar. Há um pouco dessa espontaneidade urbana”, diz Maria Farani, uma jovem mãe.

Brasília não é mais a mesma de antigamente. Sua população está se aproximando de três milhões, quase o triplo do número da década de 1980. Impulsionada pelo aparato estatal, suas instituições e as empresas que a cercam, a economia local é essencialmente baseada em serviços. Um modelo que dá ao Distrito Federal o maior PIB per capita deste país-continente, apoiado por uma forte presença de funcionários públicos, que são mais bem remunerados do que no setor privado.

Capital política, mas também cosmopolita, atrai brasileiros de todo o mundo e expatriados de todo o mundo. Cada um traz sua língua, sua cultura, seu sotaque – tantas nuances que povoam seus bairros com histórias plurais. E nessa mistura discreta, uma nova cidade está procurando por si mesma.

Para Cristiano Araújo, secretário de Turismo do Distrito Federal, essa metamorfose já está em curso. Entrevistado pelo MAP, ele disse que “Brasília, outrora um símbolo do futuro brasileiro, agora é um destino vivo, onde arquitetura, cultura, natureza e gastronomia se misturam”.

O turismo, ressalta, “evoluiu, diversificou-se e hoje tem impacto direto na vida dos habitantes: gera emprego, renda e fortalece o sentimento de pertencimento à cidade”. Uma vocação que a secretaria pretende cultivar, para fazer de Brasília “uma cidade cada vez mais acolhedora e surpreendente, tanto para quem mora lá quanto para quem lá chega”.

Aos poucos, Brasília se permite dar passos laterais, se afasta de seu plano e se abre para o inesperado. Ela conseguirá adquirir a alma que lhe falta? Ele pode ter que aprender a desobedecer ao seu próprio desenho. Mas como podemos transgredir uma utopia que se tornou patrimônio da humanidade?

Jornalista – correspondente International do Marrocos no Brasil

Tags: almaBrasiliacidadeWahiba RABHI
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