Brasília –De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), órgão vinculado ao Ministério da Economia e Finanças Públicas da Argentina, em agosto, as exportações brasileiras para o principal sócio brasileiro no Mercosul somaram US$ 777 milhões, contra US$ 604 milhões exportados pelos chineses. Entre os oito maiores parceiros comerciais argentinos no mês passado figuraram ainda os Estados Unidos, Vietnã, Chile, Paraguai, Índia e Alemanha.
No plano bilateral, os dados do Indec mostram quedas acentuadas tanto nas exportações quanto nas importações argentinas em relação ao Brasil e à China. No tocante ao Brasil, as vendas portenhas tiveram uma contração de -24,2% e somaram US$ 646 milhões, enquanto as importações de produtos brasileiros recuaram -16,0% para US$ 777 milhões. A corrente de comércio argentino-brasileira, no total de US$ 1,423 bilhão, proporcionou ao Brasil um superávit de US$ 131 milhões no mês de julho.
Em relação à China, as vendas argentinas tiveram um recuo de -10,8% para um total de US$ 604 milhões, ao mesmo tempo em que as importações, no total de US$ 738 milhões, caíram -16,4%.
Entre seus principais sócios comerciais, a Argentina conseguiu aumentar as exportações para os Estados Unidos (+2,8% para US$ 335 milhões) Vietnã (+41,7% para 306 milhões), Chile (+4,6% para US$ 275 milhões) e Alemanha (+20,6% para US$ 82 milhões). Por outro lado, foram registradas quedas nos embarques para o Paraguai (-14,0% para US$ 74 milhões) e Índia (-5,1% para US$ 185 milhões).
Os principais países de destino das exportações argentinas (Brasil, China, Estados Unidos, Vietnã, Chile, Índia, Peru, Países Baixos, República da Coreia e Espanha), nesta ordem, acumularam, no conjunto, 58,2% do total das vendas externas.
Por outro lado, os principais fornecedores de produtos à Argentina (Brasil, China, Estados Unidos, Paraguai, Alemanha, México, Bolívia, Vietnã, Itália e França) representaram 73,8% das compras argentinas no exterior.
No tocante às importações, as estatísticas do Indec em relação aos oito maiores parceiros comerciais argentinos indicam aumentos apenas nas compras realizadas junto ao Chile (+36,6% para US$ 56 milhões) e Paraguai (+91,8% para US$ 186 milhões). Quedas expressivas foram registradas nas importações oriundas dos Estados Unidos (31,5% para US$ 353 milhões), Vietnã (-12,5% para US$ 77 milhões), Índia (-36,4% para US$ 49 mihões) e Alemanha (-33,8% para US$ 133 milhões).
Os dados do Indec revelam ainda que os três principais parceiros comerciais da Argentina –Brasil, China e Estados Unidos- em seu conjunto foram o destino final de 32,1% das exportações totais argentinas e responderam por 53,3% das importações realizadas pelo país no mês de agosto.
Com uma participação de 37,2% no total embarcado, as manufaturas de origem do setor agropecuário lideraram a composição da pauta exportadora argentina, seguidas pelos produtos primários (33,6%), manufaturas de origem industrial (25,1%) e pelos combustíveis e energia (40%). No que diz respeito às importações, a composição ficou dividida entre bens intermediários (41,3%), bens de capital (16,6%), peças e acessórios para bens de capital (15,9%), bens de consumo (14,2%), combustíveis e lubrificantes (6,9%), veículos de passageiros (4,1%) e demais produtos (1,2%)
Ainda de acordo com as estatísticas do Indec, em termos globais, o intercâmbio comercial argentino registrou no mês de agosto um total de US$ 8,440 bilhões (queda de -15,3% comparativamente com o mesmo mês de 2019), com exportações no montante de US$ 4,938 bilhões (queda de -13%) e exportações da ordem de US$ 3,502 bilhões (retração de -20,4%). As trocas comerciais no mês de julho proporcionaram à Argentina um superávit de US$ 1,436 bilhão.
No acumulado dos oito meses de 2020, as exportações totalizaram US$ 37,229 bilhões (queda de -11,8%) e as importações atingiram a cifra de US$ 26,245 bilhões), totalizando uma corrente de comércio no valor de US$ 63,474 bilhões (redução de -17,2% comparativamente com o mesmo período de 2019).
Com isso a balança comercial argentina registrou um superávit de US$ 10,984 bilhões., superior em US$ 3,231 bilhões ao saldo alcançado entre os meses de janeiro e agosto do ano passado e se deu no contexto de quedas tanto das exportações como das importações, com uma queda mais acentuada das importações que das exportações.