Governo brasileiro afirma, em nota, que aprova a resolução da Assembleia Geral
A Assembleia Geral das Nações Unidas apoiou por esmagadora maioria uma resolução elaborada pelos palestinianos, que exige que Israel ponha termo à sua “presença ilegal” em Gaza e na Cisjordânia ocupada no prazo de um ano. Na votação desta quarta-feira (18), no organismo mundial de 193 membros, foi de 124-14, com 43 abstenções. Entre os que se opuseram, encontravam-se os Estados Unidos, o aliado mais próximo de Israel.
Veja a íntegra da nota do Itamaraty à imprensa
O governo brasileiro saúda a aprovação, hoje, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, de resolução sobre a ilegalidade da ocupação de territórios palestinos por Israel. A resolução baseia-se na opinião consultiva da Corte Internacional de Justiça sobre as políticas e práticas de Israel no território palestino ocupado, inclusive Jerusalém Oriental.
Mais de dois terços dos Estados Membros da ONU apoiaram a decisão, que contou com 124 votos a favor, 14 contra e 43 abstenções. A resolução contou com copatrocínio e voto favorável do Brasil. Trata-se do primeiro projeto de resolução apresentado na ONU pela Palestina, que tem o status de Estado observador não-membro junto à Organização, com prerrogativas adicionais conferidas pela Assembleia Geral em maio deste ano.
A resolução aprovada dispõe sobre modalidades e ações necessárias para implementar o parecer da Corte Internacional de Justiça de 19/7/24. Na ocasião, a Corte concluiu que as políticas e práticas de Israel em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia equivalem à anexação de amplas parcelas do território palestino ocupado e constituem violação a sua obrigação de prevenir e combater a discriminação racial e o apartheid.
A resolução também determina que Israel ponha fim à sua presença ilícita no território palestino ocupado, em prazo de até 12 meses; cesse todas as violações ao direito internacional e ao direito internacional humanitário relacionadas à ocupação; bem como repare os danos causados aos palestinos. Também conclama os Estados e a ONU a não reconhecerem como lícitas as consequências da ocupação israelense.
O governo brasileiro considera que esse é mais um passo na direção de garantir o direito dos palestinos à autodeterminação com base na solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, convivendo lado a lado com Israel em paz e segurança.
O Brasil reconhece, desde 2010, o Estado da Palestina dentro das fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital. O Brasil apoia firmemente o pleito da Palestina de tornar-se Estado membro da ONU.