Súsan Faria
O adendo ao acordo precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional do Brasil e da França. Manoel Rangel acredita que no início de 2018 as novas regras para a coprodução de audiovisuais franco-brasileiros – nas áreas de ficção, documentários e filmes de animação – já estarão valendo. O Brasil é o segundo país com o qual a França faz esse tipo de parceria. Antes, oficializou acordo semelhante com o Canadá. “O adendo tem foco na TV e nas novas mídias”, explicou Manoel. Segundo ele, o Brasil possui acordos de coprodução similares ao da França com países como Argentina e Canadá.
Na prática haverá menor burocracia quando produtores brasileiros e franceses se aliarem para coproduzirem audiovisuais. Isso desde o início e até posterioridade das obras como, por exemplo, menos burocracia para obtenção de vistos dos profissionais que permanecerem em um e outro país enquanto trabalham, ou na exibição dos audiovisuais nas emissoras de TV dos dois países. O adido cultural da Embaixada da França, Raphaël Ceriez, disse que observou muitos projetos de alta qualidade – franceses e brasileiros – durante o RioContentMarket, realizado em março deste ano no Rio de Janeiro (RJ), que teve a presença de 3.700 profissionais de TV, produtoras independentes e mídias digitais de 36 países para troca de experiências e rodadas de negócios.
Ceriez entende que as novas regras quando estabelecidas facilitarão as coproduções. “Os produtores vão se ajudar na criação artística e estabelecer mais pontes”, disse. O adido cultural elogiou séries como a “3%”, a primeira do Brasil exibida pela Netflix; e a atuação de atores brasileiros como Wagner Moura que interpretou o narcotraficante Pablo Escobar na série “Narcos”. Já o crítico de cinema, Sérgio Moriconi, presente à solenidade na Embaixada da França, elogiou as séries francesas como as policiais e disse que as medidas para facilitar a coprodução de audiovisuais franco-brasileiros devem ofertar mais obras nas TVs fechadas ou abertas dos dois países.
A diretora do Festival Curta Brasília, Ana Arruda; a chefe do Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Paula Alves de Souza; e a jornalista Gioconda Caputo, diretora do Festival Slow Filme – Festival Internacional de Cinema também prestigiaram o evento.