Em nota, governo brasileiro anuncia que decidiu retirar o embaixador brasileiro de Israel, Frederico Meyer
O Ministério das Relações Exteriores parabenizou, nesta quarta-feira (29), Espanha, Irlanda e Noruega pelo reconhecimento do Estado da Palestina. A iniciativa ocorreu após a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de retirar o embaixador brasileiro de Israel, Frederico Meyer.
O Itamaraty chama, em nota oficial, o reconhecimento de “avanço histórico que contribui para responder aos anseios de paz, liberdade e autodeterminação daquele povo”. O texto estimula ainda o reconhecimento do Estado da Palestina por outros países.
“Ao exortar todos os demais países que ainda não o fizeram a reconhecer a Palestina como um Estado soberano, o Brasil reafirma a defesa da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, o que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”, diz a nota.
Uma crise diplomática foi aberta entre Israel e Espanha com o reconhecimento do Estado da Palestina. O Ministério de Relações Exteriores israelenses proibiu o consulado espanhol em Jerusalém de atender palestinos, como forma de retaliação.
Tel Aviv já classificou o reconhecimento do Estado da Palestina como “recompensa ao terrorismo”. O chanceler israelense, Israel Katz, afirmou, em outra nota publicada nesta segunda, que a medida é uma resposta ao reconhecimento dado pelo governo do premier espanhol, Pedro Sánchez, que ele novamente acusou de “premiar o Hamas”.
“Não toleraremos que se atente contra a sobriedade e a segurança de Israel. Aqueles que premiam o Hamas e pretendem estabelecer um Estado terrorista palestino não terão contato com os palestinos”, disse Katz em nota.
A decisão do governo brasileiro de retirar o embaixador Frederico Meyer de Israel partiu da postura de Israel com o caso. Hoje (29), o governo oficializou sua nomeação como Representante Especial do Brasil na Conferência Especial do Desarmamento, órgão da ONU sediado em Genebra.