Lançada, em Dubai, a “Troika das Presidências da COP”. Grupo deve trabalhar em conjunto para garantir objetivo do Acordo de Paris
O presidente da COP28, Sultan Al Jaber, dos Emirados Árabes Unidos, enquanto presidente da última COP28, e o seus sucessores, Azerbaijão, sede em 2029 e Brasil, sede em 2030, anunciaram nesta terça-feira (13) o início de uma aliança inédita para “melhorar a cooperação e a continuidade” das negociações da cúpula climática da ONU. Os 198 países signatários do acordo final da COP28, assinado em dezembro em Dubai, instaram as três presidências a trabalharem em conjunto em um “roteiro” para conter o aquecimento global a 1,5ºC em comparação com a era pré-industrial, a meta mais ambiciosa definida pelo Acordo de Paris de 2015.
A parceria, conhecida como Troika, que significa grupo de três, das presidências das COPs, marca a primeira vez que uma Presidência atual da COP foi formalmente incumbida de se unir a duas Presidências futuras para promover a cooperação internacional. O Sultan bin Ahmed Al Jaber, ministro da Indústria e Tecnologia Avançada e presidente da COP28, enfatizou a importância dessa parceria, declarando que a Troika representa uma colaboração crítica e sem precedentes para manter o ímpeto, garantir a continuidade e ancorar a implementação
Ao discursar no lançamento da Troika, realizado na Expo City Dubai, o Sultan Al Jaber, declarou que a COP28 foi uma COP diferente e inovadora que culminou no Consenso dos EAU. “Na COP28, as partes se mobilizaram em prol de uma ação climática histórica por meio das negociações e de seus compromissos com a Agenda de Ação Presidencial. A Troika ajuda a garantir a colaboração e a continuidade necessárias para manter o objetivo de 1,5°C em vista – de Baku a Belém e além”, disse.
E acrescentou que “os avanços que todos nós alcançamos na COP28 devem ser levados adiante na COP29 e na 30 – em contribuições ambiciosas determinadas nacionalmente, acompanhamento do financiamento climático e implementação acelerada necessárias para manter o objetivo de 1,5°C em vista – de Baku a Belém e além”, disse.
Os atuais compromissos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa colocam o mundo no caminho para aumentar entre 2,5 e 2,9ºC neste século, de acordo com cálculos da ONU. Na verdade, o limite de 1,5ºC pode ser alcançado nos cinco anos de 2030 a 2035, de acordo com as últimas estimativas do painel de especialistas climáticos da ONU (IPCC). Esses cientistas alertam que cada décimo de grau adicional intensifica e multiplica eventos climáticos extremos.