Boris Johnson, que prometeu tirar o Reino Unido da União Europeia até 31 de outubro, ficou mais perto do poder nesta quinta-feira, quando obteve o apoio da ampla maioria dos parlamentares do Partido Conservador na primeira rodada da disputa para substituir a primeira-ministra, Theresa May.
Três anos depois de 52% do país votar pela separação da UE, o Reino Unido ruma para uma possível crise por causa do Brexit, já que a maioria dos candidatos que quer suceder May está disposta a romper com o bloco em 31 de outubro sem um acordo.
Mas o Parlamento sinalizou que tentará evitar essa situação – que, segundo investidores, desencadearia ondas de choque nos mercados financeiros e na economia mundial.
Johnson, garoto-propaganda da campanha oficial do referendo de 2016 a favor da desfiliação da UE, obteve o respaldo de 114 parlamentares conservadores na primeira rodada da corrida pela vaga de May. No total, 313 parlamentares votaram.
Ele disse: “Obrigado aos meus amigos e colegas nos partidos Conservador e Unionista por seu apoio. Estou feliz de ter vencido a primeira votação, mas temos um caminho longo adiante”.
Seus rivais mais próximos na primeira rodada foram o secretário das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, que recebeu 43 votos, o ministro do Meio Ambiente, Michael Gove, com 37 votos e Dominic Raab, ex-ministro do Brexit, com 27 votos.
Sajid Javid, ministro do Interior, ficou em quinto com 23 votos. Matt Hancock teve 20 votos, e Rory Stewart, 19. Três foram eliminados: Andrea Leadsom, ex-líder da Câmara dos Comuns, Mark Harper e Esther McVey.
Os mercados de aposta dão a Johnson, que tem um longo histórico de escândalos e gafes, 70% de chance de conquistar o cargo mais importante do país.
A segunda rodada deve acontecer em 18 de junho, e há outras planejadas para os dois dias seguintes, até só haver dois candidatos. Uma votação mais ampla de membros do Partido Conservador pelo correio será realizada em seguida para se escolher um líder.
Um novo premiê deve ser eleito até o final de julho. Especula-se que a disputa poderia ser acelerada devido à liderança folgada de Johnson, mas não surgiram sinais imediatos de que seus rivais desistirão da corrida.
Johnson deu a largada em sua campanha na quarta-feira prometendo tirar o país do bloco até 31 de outubro, e alertou seu dividido Partido Conservador que “atraso significa derrota”.
“Após três anos e dois prazos vencidos, precisamos sair da UE em 31 de outubro”, disse. “Não busco um desfecho sem acordo”.