O candidato tem se aproximado de dirigentes sul-americanos de direita como Mauricio Macri (Argentina), Sebastián Piñera (Chile) e Mario Abdo Benítez (Paraguai)
Notícias ao Minuto Brasil
Antes mesmo do resultado das eleições, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) já deu início a conversas com presidentes de países da América do Sul para criar uma “aliança liberal” caso seja eleito no próximo domingo (28).
O candidato tem se aproximado de dirigentes sul-americanos de direita como Mauricio Macri (Argentina), Sebastián Piñera (Chile) e Mario Abdo Benítez (Paraguai). A proposta é remodelar a atuação do Brasil com países da América do Sul. Bolsonaro critica o modelo atual do Mercosul, dizendo que o bloco foi “deturpado pelo PT”.
Ele ainda não fez propostas concretas para o bloco e não há menções ao Mercosul no plano de governo entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). No documento, o presidenciável fala em um “novo Itamaraty” e promete aprofundar a integração com países da América Latina “que estejam livres de ditaduras”.
“Países que buscaram se aproximar mas foram preteridos por razões ideológicas têm muito a oferecer ao Brasil, em termos de comércio, ciência, tecnologia, inovação, educação e cultura”, diz o texto.
O presidenciável ainda não tem um nome para o Itamaraty, mas defende que a pasta seja assumida por um funcionário de carreira. Na visão do candidato, o Brasil precisa sair do modelo de aproximação de países como Bolívia, Venezuela e Cuba e de governos de esquerda e criar novos laços na região.
O Mercosul é formado por Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Venezuela, estando o último suspenso desde dezembro de 2016. O bloco tem Chile, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru como membros associados.
A ideia é aproximar a política externa brasileira de países com política econômica liberal e governos com tendência conservadora. Na última semana, Bolsonaro falou por telefone com Macri e com Benítez. Ele recebeu ainda em sua casa a visita de dois senadores chilenos: Jacqueline van Rysselberghe, presidente da União Democrática Independente (UDI), e José Durana, do mesmo partido de direita.
Os parlamentares trouxeram ao candidato do PSL um convite de Piñera para uma visita ao Chile após as eleições. Recentemente, Piñera elogiou as propostas econômicas de Bolsonaro e disse que os sinais dados pelo candidato são de que vai promover a abertura e reduzir o déficit fiscal e o tamanho do setor público. “São coisas que um país como o Brasil, que é um gigante, precisa”, disse o chileno em evento na Espanha.
O capitão reformado esteve também com o advogado chileno José Antonio Kast, conhecido em seu país por ser um admirador do ditador Augusto Pinochet (1915-2006). Kast foi deputado pela UDI mas hoje é independente. Disputou as eleições presidenciais chilenas em 2017, vencidas por Piñera.
Kast elogiou Bolsonaro, que classificou como “sensato” e uma pessoa que “tem o mesmo discurso na Câmara dos Deputados e na rua”. O encontro aconteceu na casa de Bolsonaro, no Rio de Janeiro, na última semana.
Pelo Twitter, Benítez comentou no domingo (21) o telefonema recebido pelo presidenciável no sábado. “Recebi a ligação do senhor Jair Bolsonaro, candidato a presidente do Brasil, que me transmitiu suas intenções de fortalecer as relações com o Paraguai, caso seja eleito.”
Se eleito, Bolsonaro pretende fazer visitas aos países vizinhos e quer convidar os líderes para sua posse, em Brasília. Seu deslocamento ao exterior, contudo, dependerá de seu estado de saúde. Ele ainda está com uma bolsa de colostomia.
Além da aproximação a países sul-americanos, o candidato do PSL tem dito ainda que em eventual governo vai estreitar relações com EUA de Donald Trump, com Israel e com a Itália.
Bolsonaro recebeu em sua casa o embaixador de Israel, Yossi Shelley, no último sábado. Ele já prometeu transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, a exemplo do que fez Trump. Ele ainda inclui o país como um de seus primeiros destinos caso seja eleito presidente.
Bolsonaro tem trocado mensagens por meio das redes sociais com o ministro do Interior e vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini. Ele prestou solidariedade a Bolsonaro e disse que espera que ele “seja eleito presidente do Brasil”.