Paris, França – Os mercados financeiros europeus despencavam nesta segunda-feira (16/3), em sintonia com os mercados asiáticos, e o barril de petróleo Brent também afundava, atingindo seu nível mais baixo desde 2016, em um contexto de pânico com o coronavírus, apesar dos esforços dos bancos centrais.
No meio do dia, as bolsas de Paris e Milão caíam 8,4%, Londres 6%, Frankfurt 7,1% e Madri 9,5%. A queda nas ações europeias ocorre depois que as bolsas asiáticas também fecharam no negativo: Xangai -3,4%, Shenzhen -4,83% e Hong Kong -4,03%. Por outro lado, a Bolsa de Tóquio fechou em alta de 2,46%, a 17.002,04 pontos.
Essa nova “segunda-feira negra”, ante o temor de uma recessão global de longo prazo, se soma às perdas históricas sofridas pelas bolsas na semana passada e também atinge o petróleo.
O barril de Brent caía mais de 9% nesta segunda-feira, atingindo seu nível mais baixo em quatro anos, devido ao desequilíbrio causado por uma oferta abundante de petróleo e uma demanda que está diminuindo devido ao coronavírus.
Às 11h25 GMT, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em maio valia US$ 30,53 em Londres, 9,81% a menos do que no final de sexta-feira, depois de ter caído para US$ 30,50, seu nível mais baixo desde fevereiro de 2016.
Em Nova York, o barril do WTI, o petróleo de referência nos Estados Unidos, para entrega em abril, perdia 7%, para US$ 29,51, acima do último mínimo atingido na segunda-feira passada de US$ 27,34.
O Federal Reserve (Fed) dos EUA reduziu brutalmente sua taxa de referência para zero no domingo, como Donald Trump vinha pedindo há meses, para tranquilizar um mercado severamente afetado pelas consequências da nova epidemia.
O Fed reduziu suas taxas principais para 0%-0,25% e anunciou que iria despejar US$ 700 bilhões no mercado. A última vez que baixou as taxas a esse nível foi em dezembro de 2008, em meio à brutal crise financeira dos “subprimes”.
Paralelamente ao Fed, o Banco Central Europeu (BCE) e os bancos centrais do Japão, Reino Unido, Canadá e Suíça relaxaram as condições de troca de divisas entre eles, a fim de garantir uma oferta suficiente em dólares. Ao colapso dos mercados financeiros, acrescenta-se o das estatísticas econômicas que excederam as previsões mais pessimistas, particularmente na China, a segunda economia mundial atrás dos Estados Unidos.
A produção oficial chinesa contraiu pela primeira vez em 30 anos e as vendas no varejo caíram. A pandemia de Covid-19 matou mais de 6.500 pessoas em todo o mundo, incluindo mais de 2.300 na Europa, o novo epicentro da pandemia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).