Segundo diplomatas envolvidos nas negociações, a previsão é que cerca de 130 brasileiros sejam mandados de volta no avião providenciado pelos americanos nesta semana, mas o número exato só deve ser fechado no dia do embarque. A informação foi noticiada primeiro pelo jornal O Estado de São Paulo, e confirmada pela reportagem.
Há alguns dias, brasileiros detidos na fronteira entre EUA e México começaram a relatar a autoridades consulares terem ouvido informações sobre o voo, pedindo mais detalhes, mas ainda não havia comprovação oficial.
Este tipo de voo fretado foi uma marca da política anti-imigração de Donald Trump. As aeronaves contratadas pelo governo americano sob o republicano chegaram a levar brasileiros algemados e em condições questionadas por autoridades diplomáticas e defensores de direitos humanos.
Durante a campanha, Biden prometeu um tratamento mais humanitário para os imigrantes que tentam entrar nos EUA sem documento, mas a imigração acabou se tornando a maior crise que o democrata enfrenta até agora.
Justamente por causa da sensação de portas abertas -que o governo americano insiste em dizer que é ilusória- o fluxo de pessoas que tentam entrar nos EUA sem documentos tem aumentado vertiginosamente, e já é o maior em 20 anos.Entre os brasileiros, o número alcançou o pico entre outubro de 2018 e setembro de 2019, quando 18 mil pessoas tentaram entrar sem documentos nos EUA desde o Brasil.
Para tentar frear esse movimento, Trump lançou mão de várias medidas -inclusive restrições por causa da pandemia- e incluiu os brasileiros no programa que envia para o México os imigrantes que tentam entrar nos EUA de forma irregular, e os fazem esperar no país latino-americano pela análise de seus processos de pedido de asilo, entre outros.