A polícia de Bangladesh deteve hoje um alto cargo do grupo islâmico extremista Hefazat-e-Islam, o último das centenas de integrantes dessa formação presos após protestos em março em que pelo menos 12 pessoas morreram.
Os protestos ocorreram no final de março contra a visita do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, com o grupo extremista islâmico a acusar o primeiro-ministro indiano, que se deslocou ao Bangladesh para participar nas comemorações do 50.º aniversário da independência do país, de promover a violência contra os muçulmanos na Índia.
O secretário-geral adjunto de Hefazat, Mamunul Haque, foi detido durante um seminário islâmico de Daca, disse à agência EFE o porta-voz da polícia local, Iftekhairul Islam. “Detivemo-lo na escola corânica Jamia Rahmania pelas 13:00 horas [8:00 GMT+1] uma vez que se está a investigar a sua relação com vários casos”, acrescentou.
Mamunul é o membro mais alto a ser detido de Hefazat, a organização que foi responsável por organizar e promover os três dias de protestos islamitas vividos no Bangladesh há cerca de três semanas, mas não o único.
Um porta-voz da organização confirmou à EFE que mais de 200 líderes e simpatizantes desta organização foram detidos na sequência dos protestos contra Modi, que originaram vários episódios de violência, como o incêndio de vários edifícios e confrontos com a polícia. “Condenamos estas detenções e não temos medo. Iremos defrontar esta situação pela via legal”, disse.
Esta violência surge numa altura em que o Bangladesh celebra o 50.º aniversário da sua independência e o Governo anuncia êxitos económicos do país, ensombrados por violações dos direitos humanos, de acordo com a acusação de várias organizações não-governamentais.
A visita do primeiro-ministro nacionalista indiano mereceu os protestos de manifestantes de um largo espetro político – incluindo estudantes e ativistas de esquerda -, que acusam o governante de estimular o recrudescimento dos antagonismos entre comunidades religiosas na Índia.