Brasília – A balança comercial brasileira deverá fechar o ano de 2020 com um saldo em torno de US$ 55 bilhões, registrando um superávit “duplamente negativo ”, pois acontecerá através da queda tanto nas exportações quanto nas importações.
Apesar de alinhar-se com a estimativa feita no início deste mês de julho pelo Secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, que projeta um superávit de US$ 55,4 bilhões, o presidente da AEB evita citar uma cifra para a diferença entre as exportações e importações brasileiras especialmente em um ano atípico de pandemia. Segundo ele, “neste momento, qualquer número é válido porque não existe nenhuma segurança em relação às cifras citadas hoje. Os números estão flutuando muito”.
Ainda assim, o presidente da AEB admite que “teoricamente, por conta de uma forte queda nas exportações, o superávit deve ultrapassar os US$ 50 bilhões mas isto acontecerá apenas por causa da forte contração da importações e não devido a um aumento das exportações. É o que costumo classificar como superávit negativo. Mas eu ainda não tenho neste momento dados conclusivos e só devo divulgar a revisão da balança comercial entre os próximos dias 15 e 20 de julho. Até lá seguimos trabalhando na compilação de dados e por isto prefiro não arriscar um prognóstico neste momento”.
De volta às múltiplas especulações feitas pelo mercado, o presidente a AEB afirma que “de um modo geral tem se falado em um superávit de US$ 50 bilhões. Acho que vai ser superior a essa cifra., devido à queda nas importações da ordem de 12%. De janeiro a junho, as importações caíram 5,2%, Em relação às exportações, é esperada uma queda importante. Até agora está em 6,4%. Em junho foi registrada uma queda de 12% nas exportações e de 27,4% nas importações”.
José Augusto de Castro destaca que a partir de agosto, quando se encerra o ciclo do embarque da safra da soja, as exportações devem cair de forma acentuada. E o superávit só não será menor porque as importações também estão em queda relevante. Ainda assim, o presidente da AEB ressalta que “hoje qualquer número vale. Não existe base para se afirmar nada com certeza de que isso acontecerá”.