Súsan Faria
São 33 ilhas do Golfo Pérsico que formam Bahrein, nação de 780 km2, fronteiriça ao Irã, Catar e Arábia Saudita. Delas, três são habitadas: Bahrein, a maior; Nassam e Muarraque. Na noite de terça-feira, 10/12, a embaixada desse país árabe muçulmano comemorou em Brasília suas datas nacionais: 16 e 17 de dezembro. A festa aconteceu no Clube Monte Líbano, com bolo decorado, apresentações musicais e de vídeo, jantar e desenhos de rena nas mãos e braços de convidados, feitos pela artista afegã Zuhal Hanife.
Na oportunidade, o encarregado de Negócios, Bader Abbas Alhelaibi, destacou que há duas décadas, Bahrein, que em árabe significa dois mares, executa um programa abrangente de reformas. Citou como valores da nação o empoderamento das mulheres, a difusão da cultura do diálogo, a busca da tolerância e da boa convivência, o pluralismo cultural e intelectual e a diversidade religiosa. “No ano passado, instalamos a primeira embaixada na América do Sul, em Brasília, mas nossas relações com o Brasil são de 45 anos”, explicou.
Já o diretor do Departamento do Oriente Médio do Ministério de Relações Exteriores do Brasil, o embaixador Sidney Leon Romeiro, disse que a comemoração de Bahrein em Brasília é a primeira de muitas celebrações. “O Brasil se orgulha de ser amigo de um país vencedor”, salientou. O embaixador lembrou que a história daquela nação começou há 4 mil anos, com muitas ocupações, lutas, desafios e conquistas. Segundo ele, o governo brasileiro valoriza o papel de Bahrein para a tolerância pacífica, os esforços para resolver conflitos e a boa convivência religiosa. A seu ver, a reativação da embaixada daquele país em Brasília representa um passo importante para fortalecer o relacionamento bilateral, processo iniciado em julho de 2018.
O embaixador Sidney Leon Romeiro e o encarregado de negócios, Bader Abbas Alhelaibi, cortaram o bolo da festa. As datas nacionais do Bahrein se referem ao estabelecimento da moderna nação fundada por Ahmed Al-Fateh, em 1783 do calendário cristão. Celebram também o aniversário de quando o país se tornou membro pleno na ONU – Organização das Nações Unidas, e o aniversário da ascensão ao trono de Sua Majestade, o Rei.
Atrações – O vídeo apresentado esta semana em Brasília exibiu as riquezas e belezas de Bahrein, que foi sempre ponto de encontro das civilizações, e hoje exibe edifícios modernos, alta tecnologia e infraestrutura, investimentos e oportunidades para empresas estrangeiras. Desde a antiguidade, o país está em posição privilegiada, no centro das principais rotas comerciais do mundo. Foi grande exportador de madeira, cobre e pedras preciosa, até chegar o petróleo. Bahrein foi ocupado pelo Reino Unido entre 1861 a 1971, ano em que ficou independente.
A capital, Manama, em árabe lugar para dormir, é moderna e a mais populosa. Ela abriga o Museu Nacional do Bahrein, que apresenta artefatos da antiga civilização Dilmun, que ocupou a região por milênios. Ao lado do museu, está o Teatro Nacional, com arquitetura única, que liga o céu e o mar e inspirado nas Mil e uma noites. No bazar Bab al-Bahrein, também na Capital, estão mercadorias como tecidos coloridos fabricados à mão, especiarias e até pérolas.
O país, subdesenvolvido até a descoberta do petróleo, em 1932, hoje possui um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano da região do Golfo e é uma nação cosmopolita, com forte atuação nos setores de turismo, bancário e financeiro. Possui cerca de 1,2 milhões de habitantes. A religião oficial é o Islã, mas o país é tolerante com as outras como a católica e a ortodoxa, templos hindus e judaicos. Segundo o professor Wagner de Cerqueira e Francisco, da Equipe Brasil Escola, Bahrein foi o primeiro país a descobrir, explorar e exportar petróleo no Oriente Médio.