A embaixada da Argentina em Brasília sediou, nessa quarta-feira (25), a comemoração da data nacional do país portenho, marcada pela “Revolução de Maio”, ocorrida em 1810, equivalente ao Sete de Setembro para o Brasil. Há 212 anos era instituída, em Buenos Aires, capital do então Vice-Reino do Prata, o primeiro governo local, chamado de “Primeira Junta”, consolidando a soberania do país em relação à Espanha.
O evento, promovido pelo embaixador Daniel Scioli, reuniu, entre diversas autoridades brasileiras e representantes da comunidade diplomática, a secretária de Relações Federativas e Internacionais, Patrícia Kotlinski, representando o Estado do Rio Grande do Sul, o embaixador do Uruguai, Guillermo Valles e o conselheiro Eduardo Pereira e Ferreira, Chefe da Divisão de América do Sul, do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Em sua saudação aos convidados, Scioli destacou as parcerias da Argentina com o Brasil, sobretudo na agricultura, e afirmou que os dois países tem uma responsabilidade muito importante, diante da pandemia de Covid-19 e da guerra na Ucrânia, que é a de alimentar o mundo. O tema, inclusive, está sendo objeto de tratativas entre os embaixadores da América Latina e do Caribe com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento brasileiro, Marcos Montes. Como exemplo, o embaixador citou a capacidade transformadora da utilização de biotecnologia, especialmente no processo produtivo do trigo transgênico HB4, resistente à seca, uma alternativa para enfrentar o desafio de escassez global do produto, apontada recentemente por especialistas internacionais. “Argentina e Brasil garantirão alimentos e energia para a região”, afirmou Scioli.
O embaixador também falou sobre a parceria dos dois países na questão energética e citou as conexões para trazer gás natural argentino, através de gasodutos, da reserva de Vaca Muerta, no sul do país. Segundo adiantou o embaixador, a primeira fase das obras será concluída já em 2023. Vaca Muerta possui uma das maiores reservas de gás de xisto do planeta. Diferente do GLP (gás de cozinha),
“O Brasil nos apoiou em nossas negociações com o FMI, apoiou enfaticamente nossa reivindicação às Ilhas Malvinas nas Nações Unidas”, lembrou Scioli. “Não tenho dúvidas de que devemos ir para uma integração total com nosso irmão mais velho, o Brasil, e estender essa integração a toda a região”, acrescentou.
O embaixador disse em seu discurso, que foram resolvidas 49 disputas comerciais, que o Brasil apoiou em negociações com o Fundo Monetário Mundial, deu apoiou ainda à reivindicação argentina às Ilhas Malvinas nas Nações Unidas e, no ano passado, foi novamente o principal parceiro comercial da Argentina com exportações recordes nos últimos oito anos. Desde então, 14 câmaras de indústrias e comércio foram criadas, a fim de aumentar a negociação comercial, intensificar o crescimento, o progresso e o fortalecimento das relações bilaterais.
Entre os destaques na celebração da cultura argentina, a embaixada apresentou a culinária, representada pelos assados, empanadas e queijos argentinos, além de seus vinhos. O Grupo de Projeção Folclórica “Coração Gaúcho” (foto), de Brasília, ficou responsável pela apresentação de músicas e danças argentinas.
Fotos: Fábio Paiva