A postagem ocorreu poucas horas depois de o Twitter anunciar o banimento do perfil do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por causa de mensagens relacionadas à invasão de seus apoiadores ao Congresso americano na quarta-feira (6). No dia seguinte, o chanceler, que é alinhado com a política de Trump, já havia se manifestado sobre o episódio em uma mensagem contestada por diplomatas brasileiros.
Ernesto Araújo republicou o preâmbulo, o artigo 19 e uma parte do artigo 21 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1948 como um delineador dos direitos humanos básicos.
Vale lembrar, porém, que o banimento de Trump das redes sociais está relacionado à propagação de informações falsas relativas ao processo eleitoral americano, inclusive no dia marcado pela invasão do Congresso por seus apoiadores. Cinco pessoas morreram na ocasião, sendo que o discurso do presidente americano em manifestações em Washington e nas redes sociais insuflou a multidão.
Da mesma forma, apesar de Ernesto reproduzir o trecho da declaração que fala em “eleições honestas”, o pleito nos Estados Unidos que teve a vitória de Joe Biden sobre Donald Trump não teve nenhuma fraude provada, sendo que todas as alegações feitas pelo republicano foram rejeitadas na justiça americana.
“Infiltrados”
Ernesto Araújo já havia causado polêmica ao se manifestar na tarde de quinta-feira (07) sobre a invasão ao Congresso, em mensagem bastante criticada por opositores. Ele lamentou e condenou o ocorrido, mas também defendeu o direito do povo americano de se manifestar sobre o assunto, fez afirmações sem provas e até cogitou a existência de infiltrados no protesto.
Apesar de dizer que era preciso “lamentar e condenar a invasão da sede do Congresso ocorrida nos EUA ontem”, Ernesto Araújo levantou teorias não comprovadas e sem nenhum indício sobre “infiltrados” e pediu investigações sobre as mortes ocorridas na invasão.
Apesar da maioria dos líderes mundiais condenarem os protestos, Ernesto defendeu os direitos dos americanos de se manifestarem contra o resultado das eleições americanas e alegou que “grande parte do povo americano se sente agredida e traída por sua classe política e desconfia do processo eleitoral”. Porém, não especificou pesquisas que respaldam sua argumentação.
O chanceler brasileiro reclamou do uso do termo “fascistas” e gerou muitas críticas ao se referir aos manifestantes como cidadãos de bem. “Há que parar de chamar “fascistas” a cidadãos de bem quando se manifestam contra elementos do sistema político ou integrantes das instituições”, disse.