Na tentativa de conter uma quarta onda epidêmica no país, a Alemanha adotou novas medidas “drásticas” de restrição nesta quinta-feira (2), destinadas em particular a pessoas não vacinadas contra a Covid-19.
A chanceler Angela Merkel, seu sucessor Olaf Scholz, e representantes das 16 Länder alemãs concordaram em limitar o acesso dos não vacinados a comércios estritamente essenciais, como lojas de alimentos, farmácias ou padarias.
O governo alemão e seus representantes também chegaram a um acordo para aprovar uma lei que estabelece a obrigação de vacinação em nível nacional. O Conselho Nacional de Ética da Alemanha terá que redigir o projeto de lei, que será debatido e votado pelo Bundestag, o Parlamento alemão, até fevereiro de 2022.
Medidas específicas também serão tomadas nas regiões onde a taxa de incidência ultrapassar 350 novas contaminações por 100 mil pessoas em sete dias, com limite de 50 pessoas para confraternizações em locais fechados, além do fechamento de boates e casas de espetáculos. Merkel afirma que essas são medidas de “solidariedade nacional”, que visam evitar que novos confinamentos afetem a ainda frágil recuperação da maior economia da zona do euro.
“A situação é muito séria”, disse Merkel em entrevista coletiva ao lado de Olaf Scholz, que deve ser eleito chanceler na quarta-feira (8) pelo Bundestag. “O número de novas infecções se estabilizou, mas em um nível que ainda é muito alto”, acrescentou a chanceler. Como o último número atualizado disponível era de 73.000 novas infecções com o coronavírus na Alemanha e 388 mortes atribuídas à Covid-19 em 24 horas no país, as autoridades temem que o sistema hospitalar seja novamente sobrecarregado.
Debate sobre vacinação obrigatória – O debate em torno da vacinação obrigatória ganhou força nas últimas semanas, enquanto a Europa enfrenta uma nova onda epidêmica. A Áustria já anunciou no mês passado que tornará a vacinação contra a Covid-19 obrigatória a partir de fevereiro de 2022.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse na quarta-feira (1°) que esta possibilidade deve ser discutida a nível europeu, ainda que este tipo de decisão seja da competência dos estados membros.“A obrigação da vacina não é a escolha que a França fez”, lembrou na quarta-feira o ministro da Saúde francês, Olivier Véran, durante a visita a um centro de vacinação de Paris.
“Escolhemos exigir o passaporte sanitário, que é um incentivo poderoso” e tem nos permitido ter uma cobertura vacinal muito maior do que os países que atualmente se questionam sobre a conveniência de estabelecer a obrigação de vacinação, explicou o ministro. Na França, 75,5% da população total foi totalmente imunizada, enquanto a cobertura vacinal é de quase 68% na Alemanha e 64,5% na Áustria, de acordo com dados oficiais.
(Com informações da AFP)