O Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) das Nações Unidas lança em Brasília (DF) na terça-feira (15) a publicação “Estudo comparativo dos efeitos diretos da agricultura e do agronegócio na redução da pobreza rural”.
O estudo destaca o potencial da agricultura familiar e suas vantagens comparativas no combate à pobreza rural, analisando a geração de renda de dois sistemas produtivos em cadeias como ovinos/caprinos, aves, produção de mandioca e apicultura.
A análise trabalha com dados do semiárido nordestino, considerado o maior bolsão de pobreza da América Latina.
A pesquisa analisa o retorno da venda dos produtos da agricultura familiar para as famílias pobres em comparação ao agronegócio. Dessa forma, contrastam-se os custos e as margens de lucro dos produtores e das empresas típicas do Nordeste do Brasil.
Observou-se que, em comparação com o agronegócio, os produtos da agricultura familiar apresentam uma vantagem comparativa entre 43% e 117% do retorno da renda para a comunidade de origem. Além disso, seus produtos também podem ter uma qualidade diferenciada, sendo geralmente caracterizados como produtos não industrializados ou mesmo orgânicos, o que pode até representar um grande potencial de aumento de vendas, considerando a tendência crescente de consumo consciente.
“O estudo chama a atenção para a necessidade de políticas públicas de investimento e de compra de produtos da agricultura familiar para reduzir a pobreza rural”, diz o diretor do FIDA para o Brasil, Claus Reiner.
Lançamento durante as comemorações do Dia Mundial da Alimentação
O lançamento ocorrerá durante as comemorações do Dia Mundial da Alimentação, em 15 de outubro, que serão organizadas por Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação (FAO), Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola (IICA) e Programa Mundial de Alimentos (PMA), com a participação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Considerando o aumento do sobrepeso e da obesidade em todo o mundo, o Dia Mundial da Alimentação deste ano, cujo tema é “Nossas ações são o nosso futuro. Dietas saudáveis para um mundo sem fome”, apela a uma reflexão global sobre dietas saudáveis, sustentáveis e acessíveis a todos.
Governos, empresas, sociedade civil e pessoas podem tomar medidas para alcançar dietas saudáveis e acabar com a fome. O evento, na terça-feira (15), terá a presença da Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina Corrêa, e da diretora regional do FIDA para a América Latina e o Caribe, Rossana Polastri, juntamente com os representantes de FAO, FIDA, IICA e PMA no Brasil.
Na segunda-feira (14), o evento começará com a apresentação da chef Bela Gil sobre alimentação saudável e uma amostra de produtos da agricultura familiar da Rede CSA de Brasília (comunidade de apoio à agricultura).
Para acessar o programa e se inscrever no evento, clique aqui.
Os eventos ocorrem no Museu Nacional Honestino Guimarães, no Conjunto Cultura da República, em Brasília. O relatório estará embargado até 15 de outubro às 11 horas. Uma cópia embargada está disponível mediante solicitação.