Brasília – A concretização do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) é de pleno interesse de ambos os lados e o acordo é uma boa oportunidade para os dois blocos se fortalecerem porque, indiretamente, ao se fortalecerem para se oporem à China, ambos estarão se fortalecendo.
A Afirmação foi feita pelo presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, ao falar sobre o futuro do acordo assinado pelo Mercosul com a União Europeia e que ainda terá que ser aprovado pelo Parlamento Europeu, pelos parlamentos dos estados-membros da União Europeia e também pelo parlamento brasileiro.
Segundo José Augusto de Castro, “esse é um acordo sobre o qual não se fala muito hoje, principalmente devido às preocupações mundiais com o combate à pandemia do novo coronavírus, mas o acordo é de grande importância para ambos os blocos. As negociações estão paralisadas mas passada a crise sanitária elas estarão de volta com os mesmos objetivos dos dois lados, tanto do Mercosul quanto da União Europeia. Com o acordo, os dois blocos estarão em melhores condições para enfrentar a China”.
Ao mesmo tempo em que destaca a importância do acordo para que o Mercosul e a União Europeia possam estar em melhores condições para enfrentar a concorrência de uma China com sua economia começando a voltar à normalidade, enquanto os demais países lutam contra a pandemia e vêm suas economias duramente afetadas pelo novo coronavírus, o presidente da AEB lembra que para colher benefícios do acordo com a União Europeia o Brasil terá que fazer seu “dever de casa” no período mínimo de dois anos em que o tratado será analisado pelo Congresso Nacional.
“Será preciso reduzir custos da produção nacional, com aprovação das reformas e investimentos na infraestrutura. Sem essas mudanças internas, o acordo sozinho não fará nada. É importante abrir mercados, mas hoje o custo Brasil estimado em 30% é uma barreira que temos internamente e que pode impedir nossos produtos de competir na Europa”, alerta José Augusto.