O bloco tem hoje oito negociações em andamento concentradas especialmente em países asiáticos, mas estão na lista ainda Canadá, Emirados Árabes Unidos e o grupo europeu Efta, formado por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein.
O acordo com a União Europeia fechado este mês depois de 25 anos de negociações, aliado à expectativa de um mundo mais fechado ao comércio com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, criam ‘momentum’ para que o Mercosul possa concluir novos acordos comerciais, ampliar tratados existentes a abrir novas negociações, avaliaram fontes ouvidas pela agência inglesa de notícias Reuters, nesta sexta-feira.
O bloco tem hoje oito negociações em andamento concentradas especialmente em países asiáticos, mas estão na lista ainda Canadá, Emirados Árabes Unidos e o grupo europeu Efta, formado por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein.
— Sem dúvida é um bom momento para o bloco avançar em outras negociações. Alguns países já nos procuraram interessados em ampliar negociações — disse uma das fontes.
Para o próximo ano, o Mercosul deve fechar as negociações com o Efta e com os Emirados Árabes Unidos, segundo as fontes.
— Um acordo de livre comércio entre o Mercosul e o Efta é de alta prioridade para a Noruega, e eu espero ver as negociações concluídas o mais rapidamente possível. Com a conclusão das negociações entre a UE e o Mercosul, deverá ser possível para o Efta e o Mercosul chegar a um acordo em pouco tempo nos temas que ainda estão pendentes — afirmou a ministra de Comércio e Indústria da Noruega, Cecilie Myrseth, em uma mensagem à Reuters.
Negociações
Em nota enviada à agência inglesa, o ministro de Comércio Exterior dos Emirados, Thani Al Zeyoudi, afirmou que o país está otimista com o progresso das negociações e espera que o acordo com o Mercosul possa ser concluído em breve, possivelmente no próximo ano.
— Um acordo desse tipo iria trazer oportunidades significativas para empresas e pessoas no Oriente Médio e na América Latina, fortalecendo nossos objetivos compartilhados de crescimento econômico e prosperidade. Estamos entusiasmados com o benefício potencial que esse acordo pode trazer para setores chave nos dois lados — disse o ministro.
Entre os outros países com os quais o Mercosul negocia, um acordo com Cingapura, concluído este ano, deve entrar em vigor em 2025, depois do período de tradução e aprovação pelos Congressos nacionais.
Conversas
Um dos casos que o Brasil vê oportunidade de ampliar a parceria é o México. O país tem um Acordo de Complementação Econômica (ACE) com o Mercosul que inclui 800 produtos, além de um pacto sobre o setor automotivo. O ACE, assinado em 2002 e atualizado periodicamente, seria uma fase anterior a um acordo de livre comércio, mas nunca avançou.
Agora, o governo mexicano teria procurado o Brasil para iniciar conversas sobre a possível expansão do ACE, segundo uma das fontes. Vizinho dos EUA e um dos sócios do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), o país está sob ameaça de enfrentar a imposição de tarifas pelos novo governo norte-americano de Trump.
Apesar de o México esperar uma revisão bem-sucedida do acordo em 2026, fontes do governo mexicano confirmam que o país também começou a explorar outras opções, como aprofundar os lados com o Mercosul.
Por Redação, com Reuters – de Londres