Seminário abre perspectivas para novos programas de pesquisa
Um horizonte de novas oportunidades foi o ponto central para as apresentações institucionais feitas no Seminário Alemanha Brasil, realizado no dia 6, no auditório do Centro de Documentação e História da Saúde (CDHS) da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). O propósito da atividade foi fortalecer as cooperações entre a Fiocruz e as instituições de pesquisa e ensino da Alemanha e estimular novos intercâmbios interinstitucionais.
Antes das palestras, estudantes e pesquisadores da Fiocruz tiveram acesso a materiais diversos sobre os programas de pesquisa e fontes de financiamento alemães em seis estandes com representantes do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD Brasil), do Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo (DWIH São Paulo), da Fundação Alexander von Humboldt, Universidade Livre de Berlim, Universidade de Münster e Universidade Técnica de Munique para América Latina.
“Agradecemos a Fiocruz por discutir a parceria entre os dois países e suas instituições. Recentemente, nosso ministro da Saúde foi recebido na Fiocruz Amazônia e, depois, veio para o Rio de Janeiro. Isto demostra nosso interesse no combate às doenças tropicas e no avanço da saúde pública, disse o cônsul geral da Alemanha no Rio de janeiro, Jan Freigang.
O diplomata ressaltou que as emergências climáticas são um dos motivos para fortalecer ações conjuntas para enfrentar as doenças endêmicas e melhorar as condições de saúde em áreas remotas com uso de inteligência artificial e tecnologias para atender as pessoas que vivem isoladas. “Deve-se focar na continuidade das parcerias que contemplem os sistemas de saúde do Brasil e da Alemanha. O seminário é uma oportunidade para fortalecer a cooperação em áreas de sustentabilidade e inovação tecnológica”, complementou ao falar na mesa de abertura.
Ampliar e solidificar cooperações é a expectativa por parte da Fiocruz, observou Ilka Vilardo, do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), organizador do seminário em parceria com a Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz) e a COC/Fiocruz. A cooperação com a Alemanha vem desde 1907, quando pesquisadores ligados ao Instituto Oswaldo Cruz ganharam a medalha de ouro da Fundação Berlim. Estas primeiras colaborações resultaram, à época, na criação do periódico Memórias do Instituto Oswaldo Cruz em formato bilíngue (português e alemão), lembrou Magali Romero Sá, da COC/Fiocruz.
Também na mesa de abertura, Marcelo Pelajo, da VPPCB/Fiocruz, recordou que o início da Fiocruz se mistura uma série de interações acadêmicas. Um exemplo é o Centro de Microscopia Eletrônica, montado com o apoio científico e financeiro da Alemanha. Por isto, as parcerias são fundamentais e o seminário é um modelo bem-sucedido para apresentar possibilidades nas instituições. Pelajo espera que mais pessoas da Fundação se candidatem às oportunidades via DAAD. Enquanto Vinícius Cotta, da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação em Saúde (Vpeic/Fiocruz), assinalou a importância da educação internacional e do encontro para que os estudantes da Fiocruz possam ter uma maior interação direta com a Alemanha.
Possibilidades de intercâmbio na Alemanha
A segunda mesa foi composta pelo gestor executivo do DWIH São Paulo, Márcio Wiechert; o diretor do Instituto Frauhofer no Brasil, Manuel Steidle; a coordenadora de marketing do DAAD, Natália Trigo; a presidente do clube Humboldt do Brasil, da Fundação Alexander von Humboldt, Mônica Santos de Freitas; o diretor do escritório regional da Universidade Livre de Berlim, Christian Lazar; a diretora do Escritório de Ligação do Centro Brasil da Universidade de Münster, Laura Redondo; o gerente regional da Universidade Técnica de Munique para América Latina, Sören Metz; e a coordenadora regional da Euraxess Brasil e América Latina, Charlotte Grawitz. Eles apresentaram uma visão geral sobre suas respectivas instituições, os campos do conhecimento nos quais é possível se especializar, as ações e a infraestrutura para receber pesquisadores e estudantes.
DWIH-SP
Possibilita o contato entre pessoas e instituições do Brasil e Alemanha, estimula a criação de redes científicas e projetos colaborativos, além de orientar pesquisadores e estudantes do Brasil e da Alemanha em intercâmbios científicos. Oportunidades em: www.dwih-saopaulo.org/pt/atividades/oportunidades/
Frauhofer
Tem 76 institutos, um deles com foco em medicamentos, diagnóstico e dados. Atualmente, seu maior projeto é voltado para doenças autoimunes. Há ainda o Fraunhofer IME, com pesquisas em biodiversidade, produtos naturais, alimentos e rações, pragas e insetos vetores. Mais informações pelo daad.org.br ou info@daad.org.br / daad_sao_paulo@daad.org.br.
DAAD
Coordenação de programas de bolsas de estudos oferecidos a brasileiros, realizando seleções conjuntas e convênios com agências de pesquisa. Oferece bolsas para áreas de saúde, humanas e exatas para pós-doutorado e doutorado (pleno ou sanduíche), e para o novo programa Green Hydrogen. Saiba mais: daad.org.br.
Fundação Humboldt
Pessoas de todas as áreas do conhecimento podem aplicar para obter bolsas. Tem duas chamadas anuais e mais brasileiros têm sido contemplados devido à cooperação com a Capes. Requer conhecimento de inglês ou alemão. Outros detalhes: editais no site da Capes e http://brasilclubehumboldt.com.br.
Universidade Livre de Berlim
Os estudos realizados nela são reconhecidos numa rede de universidades – o que abre portas para linhas do fomento que inclui o Sul global. É um dos primeiros destinos para pós-doutorados financiados pela Fundação Humboldt. A maioria dos seus institutos estão em Berlim. Chamadas e oportunidades: https://www.fu-berlin.de/pt/sites/brazil/ueberfub/index.html.
Universidade de Münster
Tem 45 mil estudantes, 15 departamentos e está entre as cinco maiores universidades da Alemanha. Tem acordos com universidades brasileiras, Fiocruz e Capes. Possui o programa Women in Research com estadia de oito meses ou modalidade virtual. Contato em São Paulo: DWIH-SP – telefone: (11) 5189-8316 / bit.ly/SiteCentroBrasileiro.
Universidade Técnica de Munique
Está inserida num ecossistema com outras instituições de pesquisa, com a indústria e empresas com departamento de pesquisa. Os financiamentos contemplam projetos transversais. Tem laboratórios nas áreas de saúde, robótica, alimentos, biotecnologia etc. Informações: www.dwih-saopaulo.org/pt/supporter/technical-university-of-munich/.
Euraxess
Divulga oportunidades para doutorado e pós-doutorado financiados pela União Europeia. Há chamadas divulgadas nos meses de abril e setembro. O objetivo é permitir a mobilidades de pesquisadores brasileiros e alemães. Uma das bolsas oferecidas é a Marie Curie Global Fellow. Ver mais em: http://jobs.euraxess.org. Contato: brazil@eurapress.net.
Fonte: Fiocruz/ Elisandra Galvão (VPPCB)