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Por: Pedro Mendes Martins (UERJ)
No dia 16 de fevereiro de 2016, a Rússia e mais três grandes produtores de petróleo da OPEP, Arábia Saudita, Qatar e Venezuela, acordaram sobre o congelamento de produção da commodity ao mesmo nível do mês de janeiro deste ano, se outros produtores fizerem o mesmo. O objetivo da iniciativa é estabilizar o mercado internacional de petróleo. Devido à queda dos preços internacionais do barril, tais países têm passado por dificuldades econômicas graves: a Arábia Saudita, por exemplo, tem um déficit em seu orçamento estimado em US$ 140 bilhões, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O acordo foi tomado em conjunto ao que já vem sendo realizado desde o ano passado, entre a Rússia e o Irã, chamado de “oil-for-goods”, o qual determina que os russos comprem 500 mil barris de petróleo iraniano por dia, em troca da compra de diversos produtos de origem russa, sobretudo o trigo. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA, a Rússia se tornará o maior exportador dessa commodity no mundo ainda neste ano, com uma produção recorde. Há um forte interesse de Moscou em manter estreitas relações com Teerã, especialmente após o acordo referente ao Programa Nuclear iraniano, que liberou parte do embargo comercial mantido pelo Ocidente.
Ao mesmo tempo, a Rússia mantém suas ações militares em favor do governo de Assad, na Síria, iniciado em setembro do ano passado, contrariando em parte a Arábia Saudita, que preferia a substituição do governante sírio, mas sendo bem recebida pelo Irã, tradicional aliado do governo de Damasco. Com a relativa menor presença norte-americana no Oriente Médio, após a saída das tropas do Iraque e da aparente indecisão em empregar forças terrestres no combate contra o Estado Islâmico, os russos tentam aumentar sua influência na região, em meio à clara disputa de poder entre o governo sunita de Riad e o xiita de Teerã.
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