Em Brasília, apenas 15 das 134 são embaixadas estão sob o comando feminino. No Brasil, as diplomatas acabam de criar uma entidade para uni-las ainda mais.
O Dia Internacional da Mulher é comemorado nesta quarta-feira (08), com algumas conquistas, com avanços a cada ano. A busca de igualdade de direitos e oportunidades pelas mulheres, porém, segue até os dias atuais. Eno Brasil, em janeiro deste ano, no Ministério das Relações Exteriores, foi criada a Associação das Mulheres Diplomatas Brasileiras (AMDB). A diplomacia começa a ser uma área mais vislumbrada pelo público feminino.
Eleita diretora da AMDB, Irene Vida Gala, disse à época que a associação e a chefia do Itamaraty, trabalharão “no sentido de ampliar consideravelmente a entrada de mulheres na carreira diplomática, identificando e aplicando as políticas adequadas a atração de mulheres, especialmente mulheres negras, mulheres indígenas, mulheres de todas as regiões do Brasil, mulheres com deficiência”.
A AMDB nasceu pós quase uma década atuando como um coletivo de mulheres diplomatas, que vem debatendo a disparidade de gênero no Itamaraty e defendendo a promoção de mulheres na diplomacia. No evento, a Secretária-Geral Maria Laura da Rocha discursou na Assembleia de Fundação e destacou a relevância de atrair mais mulheres para a carreira diplomática, para formar um Itamaraty mais representativo e plural. A Secretária-Geral prestou especial homenagem a Maria José de Castro Rebello Mendes, primeira mulher a ingressar no Itamaraty, em 1918.
Histórico – O primeiro indício da participação de mulheres como diplomatas ocorreu em 1507, na Espanha. Em 1933, apenas 13 países haviam admitido mulheres nos serviços diplomáticos e consulares.
Durante o período entre guerras, os Estados Unidos e a União Soviética eram os países que apresentavam os maiores índices de admissão de mulheres na diplomacia, mesmo sendo em pouca quantidade (Frische,2002). Até a Segunda Guerra Mundial, muitas mulheres se viam impedidas de assumir cargos de diplomatas em muitos países (Neumann, 2008).
Com o passar dos anos, elas foram conquistando seu espaço no mercado de trabalho, inclusive na diplomacia. Até os anos 1970, a carreira de mulheres na diplomacia nos Estados Unidos e na Inglaterra era restrita devido à proibição de funcionárias casadas nos quadros (Morin, 1990 apud Balbino, 2011).
A Embassy colheu alguns depoimentos de embaixadoras estrangeiras no Brasil sobre o Dia Internacional da Mulher.
“As mulheres de hoje desempenham sempre um papel essencial, não só na vida familiar, mas também na vida social. Elas são a base para uma vida sustentável e feliz. Com suas contribuições e dedicação, o papel da mulher tem cada vez mais uma parte essencial e insubstituível. As mulheres vietnamitas não só participam da saúde, educação, ciência e vida doméstica, mas também das forças internacionais de manutenção da paz. Pham Thi Kim Hoa – Embaixadora do Vietnã
O Dia Internacional da Mulher é um dia para honrar e mostrar gratidão às mães e esposas que estão silenciosamente se sacrificando para cuidar de suas famílias e contribuir para a sociedade”.
“Todas nós mulheres achamos que merecemos mais um dia, mas ter um dia para enfocar na mente de toda a sociedade, as lideranças, as crianças, a religião, todas as partes da sociedade a importância da mulher, da mãe, da irmã, da necessidade de eliminar a violência contra a mulher; não tem como limitar a um dia. A gente merece mais de um dia. Essa lembrança, essa consciência, deveria ocupar todos nossos dias, mas que bom que a gente tem um dia. Tonika Sealy-Thompson -Embaixadora de Barbados
Hoje é um lembrete do poder das mulheres.
Eu gosto de nos chamar de “power ladies”. Somos importantes para o cenário político e de desenvolvimento.
Tenho orgulho de dizer que Bangladesh sempre se certifica de garantir o empoderamento das mulheres e também seus direitos.
Sejamos orgulhosos hoje!
Feliz Dia das Mulheres – Sadia Faizunnesa – Embaixadora de Bangladesh
Queridas mulheres, Feliz Dia das Mulheres! Sejam fortes, acreditem em vocês, sejam amadas! Amém!”. Bojidara Nikolova Sartchadjieva – Embaixadora da Bulgária
“Por meio da sua diplomacia feminista, a França se empenha em lutar pelos direitos das mulheres no mundo inteiro. A igualdade de direitos é um elemento essencial para várias questões que o mundo enfrenta hoje: da paz e a segurança ao desenvolvimento sustentável e às mudanças climáticas. No Brasil, temos o orgulho de contribuir com projetos que buscam a emancipação das mulheres. Um deles, cuja segunda edição será lançada neste 8 de março é o Impact Meninas, voltado para alunos do ensino médio. Entre os objetivos do programa estão: orientar as meninas para profissões tradicionalmente consideradas como masculinas, favorecer a inclusão social oferecendo oportunidades de estudo na França e contribuir para a conscientização dos meninos, que também são agentes de transformação.” Brigitte Collet – Embaixadora da França