Embaixadora Sadia Faizunessa comemora os 52 anos de independência daquela nação com autoridades, diplomatas, entre outros convidados. Apresentação de dança bengalesa animou a noite.
Recém retirado da lista dos países sub desenvolvidos para os em desenvolvimento, segundo as Nações Unidas, Bangladesh celebrou mais um ano de independência do Paquistão em 26 de março de 1971. Desfiles, feiras e eventos cerimoniais acontecem no país e em embaixadas pelo mundo. Em Brasília, a embaixadora Sadia Faizunessa antecipou a comemoração e, no dia 20, no Dúnia Hall, celebrou a data com a presença da ministra das mulheres, Cida Gonçalves, e outros convidados ilustres.
Em seu discurso, Faizunessa destacou o rápido desenvolvimento de Bangladesh e sua meta de se tornar um país desenvolvido. Falou ainda sobre gratidão ao mencionar Bangabandhu Sheikh Mujibur Rahman, o maior bengali de todos os tempos e também Pai da Nação. Foram “mais de duas décadas de liderança e lutas políticas” até Bangladesh se tornar um estado soberano.
A diplomata bengali também homenageou em suas palavras todas vítimas do genocídio de 1971, “valentes combatentes da liberdade, 3 milhões de mártires, mais de 200 mil mães e irmãs que foram violentadas durante os nove meses de Guerra da Independência”.
Sadia Faizunessa lembrou ainda, em sua fala, que a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hassima, é filha de Bangabandhu. Ele, junto de outros familiares foram brutalmente mortos pelos assassinos do movimento anti-libertação. Hassima foi eleita “21 anos depois de toda a tragédia”, representando hoje um importante símbolo de força, resiliência e empoderamento feminina”.
Cida Gonçalves, ministra das Mulheres no Brasil, dedicou grande parte de seu discurso na necessidade do empoderamento feminino e da luta continua e diária para que a igualdade e equidade sejam atingidas em todos os âmbitos da sociedade. Lembrou que há alguns anos atrás, na embaixada brasileira em Bangladesh, era uma mulher que ocupava a cadeira de embaixadora.
“A cada três minutos, uma mulher sofre violência no Brasil”, disse Cida, completando em seguida que “assim como Bangladesh, o Brasil tem muito a caminhar no que diz respeito à melhoria da qualidade de vida e proteção das mulheres de forma geral”.
Paulo Dias Félix, embaixador brasileiro em Bangladesh, elogiou Faizunnesa pelo trabalho bem feito, realçando o potencial compartilhado entre as duas nações amigas e suas relações fundamentadas em valores mútuos. O diplomata reforçou ainda que há um significativo potencial no âmbito de cooperação a ser explorado entre os dois países, principalmente em setores como agricultura, pecuária, ciência e tecnologia.
Já Eduardo Paes Saboia, secretário do Departamento de Ásia e Pacífico do Itamaraty, ressaltou que o Brasil foi a primeira nação da América Latina a reconhecer a independência de Bangladesh, estabelecendo relações diplomáticas em 1972.
Países que usufruem de um relacionamento excelente, Saboia recordou que, entre outros, “estão em vigor acordos bilaterais nas áreas de comércio, cultura e educação”. Nos últimos anos, foram realizadas visitas importantes de autoridades de ambas as nações.
Paulo Dias Félix, embaixador brasileiro em Bangladesh