Exposição documental e de imagens dos Giuliani nel Mondo está aberta à visitação na Embaixada da Itália.
Liz Lôbo
Imigrantes de língua, cultura e nacionalidade italiana originários das províncias de Trieste e Gorizia, que, exilados, abandonaram em massa suas casas após a ocupação iugoslava no final da Segunda Guerra Mundial. É a saga deles que está registrada, por fotos e documentos, na mostra “Ierimo. Semo. Saremo.”, que visa incentivar a reflexão sobre passado, presente e futuro dos chamados Giuliani no Mundo.
A exposição foi aberta pelo embaixador Antonio Bernardini, dia 26 de novembro, com cerca de 200 convidados. O Coro Italiano da UnB também fez sua primeira apresentação na embaixada. O acervo pode ser visitado até o final de dezembro, em horário comercial.
O evento foi organizado pela equipe de serviço cultural da missão diplomática italiana, pela Associação “Giulianni nel Mondo”, de Trieste, e seus círculos brasileiros. De acordo com Roberto Max Lucich, presidente da associação em Brasília, estavam na abertura da mostra o presidente mundial da entidade, Dario Locchi; o presidente da “Associazione Bellunesi nel Mondo”, Oscar De Bona, e Ilaria Del Bianco além do presidente “Associazione Lucchesi nel Mondo” . Também participou do evento Ilaria Del Bianco, presidente da Unaie- “ Unione Nazionale Associazioni Immigrati ed Emigrati”
A exposição-documentário sobre a emigração Giuliani nel Mondo é montada desde 2004, de forma itinerante, tendo passado pela Austrália, África do Sul, Estados Unidos, Itália, alguns países da Europa e agora chega ao Brasil. “Um terço dos 350 mil italianos fugidos da Ístria, Rijeka e Dalmácia tiveram que deixar também a Itália. Muitos são os migrantes que chegaram na América do Sul, em particular ao Brasil, como demonstrado pelos Círcolos Giulianos no mundo, hoje aqui representados”, discursou o embaixador Antônio Bernardini. Segundo ele, estima-se que os Giulianos atualmente residentes no exterior, entre emigrantes de primeira geração, descendentes e aqueles que decidiram se transferir para fora do país, sejam aproximadamente 150 mil.
A Associazione Giuliani nel Mondo, que vai comemorar seu 50º aniversário em 2020, tem cerca de 50 círculos em vários países. De acordo com seu presidente mundial, Dario Locchi, a mostra “nasce para se conhecer, explicar, na Itália e no exterior, a imigração giuliana”. “Ela é diferente daquela tradicional das outras regiões italianas porque , em grande parte, não foi determinada pela necessidade de fugir das condições de miséria e subdesenvolvimento, mas a partir dos acontecimentos histórico-políticos conturbados que afetaram as áreas da Istria, de Fiume, da ilha de Quarnaro, da Venezia Giulia e da Dalmazia”, explicou Locchi.
O cônsul geral Paolo Miraglia del Giudice enfatizou a importância desta iniciativa que visa uma reflexão histórica emigração em geral, mas também a necessidade de uma simbiose entre a segunda e terceira gerações de descendentes e o grande número de jogadores no fenômeno cada vez mais acentuada da nova emigração. No próximo ano, a mostra será montada nos consulados geral do Rio de Janeiro, de São Paulo.