A ministra alemã da Defesa, Christine Lambrecht informou hoje que está em conversações com a Lituânia para aumentar o contingente militar germânico destacado naquele país do Báltico no âmbito da NATO.
Basicamente há tropas prontas para o reforço, agora estamos em conversações com a Lituânia para perceber o que faz sentido”, disse a ministra em declarações ao grupo media Funke, acrescentando que “todos na NATO podem confiar” na Alemanha.
Salientou, no entanto, que a tarefa do seu Governo é “reduzir a escalada” e aproveitar o facto de a Rússia ter “regressado à mesa de negociações” na crise com a Ucrânia, já que o objetivo é “resolver o conflito pacificamente”.
A Alemanha lidera desde 2015 o Grupo de Batalha da aliança transatlântica na Lituânia e o exército alemão, ou Bundeswehr, fornece cerca de metade dos 1.200 soldados que compõem esta força multinacional.
O chanceler alemão Olaf Scholz, que viaja hoje para Washington para se encontrar na segunda-feira com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, receberá na quinta-feira, em Berlim, os chefes de estado dos países bálticos para debater a crise na Ucrânia.
Tanto os Estados Unidos como a Grã-Bretanha optaram pelo reforço militar nestas três nações, como medida dissuasora no contexto da tensão com a Rússia.Por outro lado, a Letónia, Estónia e Lituânia começaram a enviar suprimentos militares, incluindo armas antitanque, foguetes antiaéreos Stinger e munições, para a Ucrânia.
A Estónia foi forçada a atrasar o fornecimento de peças de artilharia fabricadas na antiga Alemanha Oriental a Kiev, uma vez que Berlim tem direito de veto e ainda não aprovou o envio, em linha com a sua política de não fornecer armas a áreas remotas de conflito.
Neste contexto, Lambrecht defendeu a linha de pensamento do seu Governo, que causou controvérsia com o anúncio de que fornecerá 5.000 capacetes, em vez de armas defensivas, e ressaltou que a Bundeswehr treina soldados ucranianos.
“Para além disso, instalámos, juntamente com a Estónia, um hospital de campanha completamente novo e há anos que tratamos os soldados ucranianos gravemente feridos nos nossos hospitais militares”, acrescentou.