Como a música pode criar consciência sobre o holocausto? A embaixada de Israel e o músico Israelense, Amit Weiner apresentam no Brasil hoje, dia 27, data em que é lembrado o Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto, o projeto Ele revive a obra dos compositores judeus que morreram durante o Holocausto.
Nesta quinta-feira, o programa “A hora do maestro”, da rádio justiça, apresentando pelo maestro brasiliense Cláudio Cohen vai transmitir 50 minutos de músicas que foram compostas por músicos encarcerados em campos de concentração às 13h, na 104,7 FM.
O programa Harmonia, da Rádio MEC, um dos mais antigos de música clássica do país também vai dedicar uma edição especial a data às 20h, na 99,3 FM no Rio de Janeiro e 87,1 FM em Brasília.
O Museu do Holocausto, Yad Vashem, permitiu que Weiner investigasse seus arquivos, onde descobriu a imensa herança que compositores e músicos judeus deixaram para trás nos guetos e acampamentos. Para ele, foi um momento de descobrir que, apesar das atrocidades que os prisioneiros nos guetos e campos de extermínio e concentração tiveram que suportar, seus espíritos não eram tão fáceis de quebrar quanto os nazistas esperavam.
Algumas histórias marcaram sua trajetória até concluir esse projeto. Em uma delas, soube que em um gueto judeu na Lituânia, a música era proibida, mas os prisioneiros conseguiram contrabandear um piano. Eles o desmontaram, carregaram peça por peça e depois montaram novamente. Para Weiner, pensar sobre isso mostra como a música era importante para esses prisioneiros, eles poderiam ter contrabandeado remédios ou comida, mas escolheram um instrumento musical.
Para Weiner, o projeto mostra que a música transcende as guerras e a violência, que a música e as artes podem dar às pessoas algo para viver e ter esperança. A compositora, Ilse Weber (1903-1944), foi uma das poucas mulheres que Weiner encontrou registros. Ela compôs lindas canções de ninar para seu filho e suas canções sobreviveram graças ao marido, que milagrosamente sobreviveu ao Holocausto e retornou ao campo depois da guerra e procurou em todos os lugares para encontrar suas músicas. O marido de Weber reuniu mais de 100 músicas e as publicou sob o nome “Theresienstadt”. A compositora foi assassinada com seu filho, no campo de Theresienstadt, em 1944.
Mordechai Gebirtig, por exemplo, compôs a música “Nossa cidade em Chamas”. Nesta canção o compositor descreve como sua cidade natal foi incendiada na Polônia. Ele compôs algumas canções felizes e algumas tristes, ele foi assassinado durante o holocausto no ano de 1942, em Cracóvia, um gueto na Polônia.
O compositor Gideon Klein, escreveu uma linda canção para um trio de cordas, dentro do campo de concentração Theresienstadt, na Thecoslováquia, algumas semanas antes de ser assassinado em Auschwitz. Gideon Klein só tinha 25 anos quando foi assassinado. Essas são algumas das histórias que você vai escutar durante os dois programas especiais realizados pela rádio MEC e pela Rádio Justiça, com a Embaixada de Israel nesta quinta-feira (27).