Após longa reunião, nesta segunda-feira (25), o presidente Recep Tayyip Erdogan, decidiu não expulsar mais os dez embaixadores ocidentais que haviam manifestado apoio a Osman Kavala líder opositor do governo.
No sábado (23), o mandatário turco disse que declararia “persona non grata” os embaixadores de Estados Unidos, Canadá, França, Finlândia, Dinamarca, Alemanha, Holanda, Nova Zelândia, Noruega e Suécia, que se manifestarem a favor de Osman Kavala, preso há quatro anos sem julgamento.
Na semana anterior, eles assinarem um comunicado conjunto, onde pediam “uma solução justa e rápida” para o caso do opositor. A reação do governo turco foi classificar o texto como “um ataque e um enorme insulto” contra a Justiça turca e falou-se em expulsão dos diplomatas.
No final de semana, em comunicados divulgados no Twitter, as embaixadas envolvidas afirmaram agir “conforme a Convenção de Viena e seu artigo 41”, que regula as relações diplomáticas e proíbe interferência nos assuntos internos do país anfitrião.
Foi o suficiente para Erdogan mudar de posicionamento. “Com o novo comunicado feito pelas mesmas embaixadas hoje, um passo atrás foi dado em relação a essa calúnia contra nosso país e nossa nação. Acredito que esses embaixadores serão mais cuidadosos em suas declarações sobre os direitos soberanos da Turquia”, disse o presidente.
Didier Billion, vice-diretor do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas, disse à agência AFP que “talvez o ministro das Relações Exteriores da Turquia tenha conseguido trazer [o governo] para a realidade: a Turquia não poderia ficar contra seus principais parceiros”.
Tensão com os EUA – O surgimento dessa tensão com antigos aliados traria problemas para Erdogan, que no próximo sábado (30), participa da reunião do G20, grupo dos países mais ricos do planeta, em Roma, na Itália. No domingo (31), estará na COP26, conferência sobre o clima da ONU, em Glasgow, na Escócia.
Depois que a embaixada americana recuou no comunicado, o porta-voz do Departamento de Estado Ned Price afirmou que o país continuará “promovendo o Estado de Direito e o respeito aos direitos humanos globalmente”.
“Acreditamos que a melhor forma de avançar é através da cooperação em temas de interesse mútuo e sabemos que temos muitos assuntos de interesse mútuo com a Turquia”, disse a jornalistas.
* Com informações de AFP