Rachel Alves Nariyoshi
Os espanhóis criaram uma gastronomia rica em sabores e cores intensos e vibrantes. Festeja-se muito, as noites são longas, animadas e os espanhóis ainda se comunicam em, pelo menos, quatro diferentes línguas e dialetos: castelhano, catalão, galego e basco. São ligados à arte criativa, ao surrealismo de Salvador Dali, ao modernismo de Picasso e Juan Miró, à arquitetura de Gaudí, ao cinema contemporâneo de Almodóvar. Haverá sempre um espanhol de destaque nas várias formas de expressão artística. Uma cultura forte e viva que trilha seus próprios caminhos de inovação na gastronomia molecular, graças à moderna cozinha basca do Chef Ferran Adriá.
A Espanha é terceiro maior produtor de vinhos da Europa e cada um de seus vinhos acompanha um preparo, seja na região marítima ou no interior, onde existem algumas características comuns, entre as quais se pode destacar o azeite de oliva (ingrediente estrela), a banha de suíno, o alho e a cebola, e não podemos esquecer dos pães que acompanham tudo. A base da conservação dos alimentos sempre foi feita através da desidratação com sal, processo antigo que vem acompanhando a gastronomia espanhola, já descrito no século II a.C. por Marco Pórcio Catão na obra “De Agri Cultura”.
Cada região possui culinária própria. Para ilustrar, citaremos alguns pratos típicos, conforme o blog Gastronomia da Espanha:
- Paella: é reconhecidamente um dos preparos mais famosos e apreciados por todo mundo. Originário da região de Valencia, o prato, à base de arroz e preparado com frango, coelho, pato ou frutos do mar. Além disso, leva muitos temperos, em especial o azafrán e preparada na paellera;
- Tapas: são petiscos muito comuns na Espanha. São croquetes ou batatas cobertas por vários acompanhamentos como jamón, almôndegas, anchovas, camarões fritos, queijo manchego (leite de ovelha) com mel, entre outros;
- Tortilla: preparada com ovos e batatas fritas, lembrando omelete, mas o sabor é ainda mais especial;
- Pulpo a la Gallega: sua base são os frutos do mar com polvo cozido, azeite e pimentão. O polvo é cozido inteiro e depois cortado em pedaços;
- Gazpacho: é uma sopa fria à base de tomate, pepino, alho e pimentão. Cada região apresenta sua própria receita;
- Bocadillo: lanche rápido, mas generoso, o Bocadillo de Jamón é um sanduíche (sem alface, picles e molhos) que tem como base a baguete. Há outras variações de recheio como o chouriço, vitela, suíno, peru, frango e peixe;
- Crema Catalana: Doce! Irresistível. É a adaptação espanhola do Crème Brûlée (base cremosa com crosta de açúcar caramelizado por cima), que é facilmente quebrada com umas batidinhas da colher;
- Churros: bastante amado por nós, os brasileiros. Diferentemente dos churros brasileiros, os espanhóis não levam recheio.
E para aguçar a curiosidade de sabores, vamos sugerir alguns restaurantes espanhóis, dentre os destinos mais procurados, que estão listados no Guia de Vinhos da Espanha 2021, da Editora Inner/São Paulo:
- Barcelona: Taberna Noroeste (Carrer de Radas, 67) cuja proposta dos jovens chefes Javier San Vicente e David López é fazer as receitas regionais espanholas com os melhores produtos locais e sazonais;
- San Sebastian: Arzak (273 Avenida Alcalde Elosegui) 3 estrelas Michelin, leva o nome da família desde 1897 e é chefiado por Elena Arzak, filha de Juan Mari Arzak, um dos grandes mágicos da cozinha mundial;
- Madri: Sobrino de Botin (Calle de Cuchilleros, 1) que está no Guiness Book como o restaurante mais antigo do mundo, funcionando, sem parar, há 296 anos e servindo o tradicional leitãozinho assado durante todo esse tempo.
Em 2019, a Espanha foi considerada o país mais saudável do mundo pela Bloomberg Healthiest Country Index, que avalia as nações nos mais variados indicadores que contribuem para o bem-estar humano. Acreditamos que esse título seja, em parte pela culinária baseada na dieta mediterrânea que é sinônimo de saúde e classificada como Patrimônio Cultural Imaterial pela Unesco.