O chefe da diplomacia britânica, Dominic Raab, criticado por sua forma de lidar com a crise no Afeganistão, negou perante uma comissão parlamentar, nesta quarta-feira (1), que se surpreendeu com a falta de preparação e anunciou que viajará imediatamente “para a região”.
O ministro das Relações Exteriores, que escolheu ficar em Creta de férias quando Cabul caiu nas mãos dos talibãs, foi duramente criticado.
Questionado pelo Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Comuns, ele quis se mostrar ativo anunciando que viajaria “à região” imediatamente após seu comparecimento, sem especificar qual país ou países.
O primeiro-ministro Boris Johnson expressou sua confiança em Raab, mas a imprensa se pergunta se ele ainda continua a fazê-lo, especialmente porque ele parecia culpar os militares por certos erros.
Seu ministério também foi criticado quando a imprensa revelou que documentos identificando colaboradores afegãos haviam sido deixados no chão da embaixada britânica em Cabul no momento de sua evacuação, ou que milhares de e-mails sobre as retiradas não foram lidos.
O Reino Unido retirou mais de 15.000 pessoas do Afeganistão – entre britânicos e afegãos – mas admitiu que não conseguiu remover várias centenas de afegãos com direito a participar de seu plano de recepção: até 1.100, de acordo com o secretário de Defesa, Ben Wallace.
O rápido retorno dos talibãs ao poder e a retirada realizada no último minuto, apesar de ter tido muito tempo para se preparar a exemplo de países como a França, é “o maior fracasso da política externa em uma geração”, disse o deputada da oposição Lisa Nandy. “O ministro de Relações Interiores teve 18 meses para se preparar, mas estava desaparecido”, denunciou.