De acordo com um decreto governamental assinado na quinta-feira, mas publicado hoje (14) no portal oficial russo, os dois países são declarados “hostis”, com a consequência de uma forte limitação para a República Checa, e uma proibição total para os Estados Unidos, de contratar funcionários russos para as suas embaixadas em Moscou.
A assinatura deste decreto surge a alguns dias do primeiro encontro entre o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov. A embaixada norte-americana tinha já anunciado esta semana a suspensão dos serviços consulares devido às sanções russas, que implicou a dispensa do conjunto do seu pessoal local e uma redução “da sua mão de obra em 75%”.
No final de abril passado, o Presidente russo Vladimir Putin ordenou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros que estabelecesse uma lista de “países hostis” com o objetivo de “proteger os interesses e da segurança” da Rússia.
“Moscou sempre sublinhou o seu desejo de diálogo”, comentou hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela agência noticiosa TASS, sublinhando que apenas estes dois países estavam incluídos na lista, e quando os ‘media’ russos admitiam uma dezena de países no total, incluindo o refino Unido.
As relações russo-norte-americanas têm-se agravado nos últimos meses, na sequência das acusações de Washington de ingerência na eleição presidencial norte-americana de 2020, espionagem e ciberataques.
Em abril, a administração de Joe Biden ordenou novas sanções contra entidades relacionadas com a Rússia, a expulsão de dez diplomatas e uma proibição aos bancos norte-americanos de adquirirem diretamente a dívida emitida pela Rússia.
Em paralelo, diversas capitais ocidentais, designadamente na Europa de Leste, multiplicaram nas últimas semanas as expulsões de diplomatas russos. Praga assumiu a liderança deste movimento, após o Governo checo ter acusado os serviços de informações russos de terem feito explodir um depósito de armamento. Moscou adotou medidas de represália e expulsou diplomatas dos países envolvidos.