O líder francês, Emmanuel Macron, se comprometeu a apoiar o argentino em negociações dos prazos de pagamento das dívidas da Argentina.
Pouco antes de se reunir com o presidente francês, Fernández disse aos jornalistas presentes no Palácio do Eliseu que tem “enormes expectativas em poder avançar muito com o presidente Macron”, com quem tem “olhares comuns” sobre problemas atuais, como as mudanças climáticas e o respeito à diversidade de gênero. Temas que, “para nós, são centrais e fazem o desenvolvimento humano”, afirmou.
“Temos também uma preocupação com o tema climático que é uma genuína preocupação da França e nós sempre nos esforçamos para que o Acordo de Paris se aprofunde. Como bem disse o presidente, sua preocupação com o desenvolvimento da Amazônia é a mesma que temos nós”, afirmou o argentino, lembrando que seu país conta com 5 milhões de hectares de mata nativa, se referindo ao Parque Nacional Impenetrável, na província de Chaco, no norte do país.
“É uma reserva onde é muito difícil entrar e com a qual temos um cuidado especial, porque sabemos que é um dos pulmões do mundo”, disse. “Este esforço [de proteção da floresta] não tem que ser só argentino, mas do mundo inteiro. Terminar com o desmatamento, cuidar dos espaços verdes e entender de uma vez por todas que através dos bosques e das florestas nativas respira o mundo, e isso vamos proteger”, afirmou ao lado do presidente francês.
Fernández disse ainda que “encontrou no presidente Macron um amigo”, com quem “sinto que temos muito trabalho para realizar juntos”. Ele fez referência a um presente do chefe do executivo francês, que esteve na Argentina em 2018, durante uma reunião do G20. “Ainda toco o violão que você me deu da última vez”, brincou. Ele também se referiu à gestão de Donald Trump nos Estados Unidos como um momento “muito difícil” para América Latina.
Apoio na renegociação de dívidas
Macron garantiu que apoiaria a Argentina em suas negociações para prolongar o vencimento das dívidas com o Clube de Paris e com o FMI. “Queremos que a Argentina chegue a um acordo quando antes possível”, disse o presidente francês. “Também encorajamos a Argentina a discutir de forma construtiva com os credores do Clube de Paris”, completou.
O presidente argentino aproveitou para “agradecer publicamente” o apoio da França” nas negociações. O Clube de Paris é um grupo de Estados credores especializado em evitar possíveis calotes através da renegociação bilateral da dívida pública.
Fernández está na Europa para encontrar apoiadores para atrasar o pagamento da dívida argentina. Ele já recebeu o apoio de Lisboa e Madri e deve se reunir como Papa Francisco, no Vaticano, na quinta-feira (13). A Argentina deve devolver nos próximos três anos US$ 45 milhões, emprestados pelo FMI ao anterior governo de Maurício Macri.