“Os Estados Unidos não estão preparados para aceitar a realidade objetiva de um mundo multipolar, sem hegemonia americana (…). Semelhante comportamento agressivo receberá uma forte réplica. A resposta às sanções será inevitável”, declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova (foto).
“Washington deve compreender que o preço da degradação das relações bilaterais deverá ser pago. A responsabilidade sobre o que se passa vai caber inteiramente aos Estados Unidos”, acrescentou.
Zakharova também anunciou que o embaixador norte-americano em Moscou, John Sullivan, foi convocado ao Ministério russo dos Negócios Estrangeiros para “uma conversação que, para a parte americana, será difícil”.
Pouco antes, o Governo norte-americano de Joe Biden tinha anunciado uma série de sanções financeiras contra a Rússia e a expulsão de dez diplomatas russos, em resposta a ciberataques e ingerências nas eleições presidenciais de 2020 atribuídos a Moscou.
O Presidente dos EUA assinou um decreto que permitirá punir de novo a Rússia, de forma a provocar “consequências estratégicas e econômicas”, caso “prossiga ou favoreça uma escalada das suas ações de desestabilização internacional”, indicou a Casa Branca em comunicado.
As sanções visam a proibição da compra de dívida soberana russa por instituições financeiras norte-americanas após 14 de junho. O diploma também sanciona seis empresas de tecnologia russas acusadas de apoiar as atividades cibernética dos serviços de informações de Moscou.
Interrogado antes do anúncio oficial de Washington sobre estas novas sanções, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, tinha considerado que “não favorecem” a organização de uma cimeira entre Joe Biden e o seu homólogo russo Vladimir Putin, que foi proposta pelos Estados Unidos.
“Durante o contato telefônico com o Presidente russo, Joe Biden exprimiu o seu desejo de normalização das relações russo-americanas. A ação da sua administração testemunha o contrário”, frisou Zakharova.
As sanções hoje anunciadas pela Casa Branca acontecem num momento particularmente delicado das relações diplomáticas entre os EUA e a Rússia, agravadas por declarações recentes do Presidente Joe Biden que acusou o seu homólogo russo, Vladimir Putin, de ser um “assassino”.