Decisão enfureceu Israel, que já sofreu outras baixas na Unesco
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) reconheceu nesta sexta-feira 97) o Túmulo dos Patriarcas e a Cidade Velha de Hebron como patrimônios palestinos. A decisão foi fortemente contestada por Israel, mas aprovada por 12 países, contra três votos negativos e seis abstenções. A resolução foi apresentada pelas autoridades palestinas na cúpula anual da Unesco, realizada na cidade polonesa da Cracóvia.
Com isso, a Cidade Velha de Hebron e o Túmulo dos Patriarcas se tornam sítios “palestinos” de patrimônio mundial da humanidade, sob o status de “zona protegida” e com “valor universal excepcional em perigo”. O Túmulo dos Patriarcas, conhecido pelos muçulmanos como a Mesquita de Abraão, é o lugar onde, segundo as tradições judaias, estariam enterrados três casais bíblicos importantes: Abraão e Sara; Isaac e Rebeca; e Jacó e Lea.
O ministro da Educação de Israel, ministro da Educação de Israel, Naftali Bennnett, condenou a decisão e acusou a Unesco de ser apenas “uma ferramenta política”, em vez de “uma organização profissional”. Em reposta, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou hoje um corte de US$ 1 milhão para os caixas da ONU.
Com a verba, as autoridades israelenses irão construir o Museu da Hereditariedade Hebraica em Kiryat Arba e outros projetos em Hebron. Este, porém, não foi o primeiro embate entre palestinos e israelenses na Unesco. Em maio, o organismo da ONU aprovou uma controversa resolução que retirava a soberania de Israel da cidade de Jerusalém. (ANSA)