Rivlin tem a tarefa de designar como primeiro-ministro quem ele acreditar que tem mais hipóteses de conseguir uma maioria no parlamento (Knesset) com 120 lugares, para quebrar o impasse político.
A chave para a decisão será qual o líder partidário que pode “ganhar a confiança do Knesset” e formar “um governo que consiga consertar as fendas” entre os israelitas “e ajudar a sociedade israelita”, disse hoje o chefe de Estado.
Rivlin disse ser isso o que os israelitas querem, em vez de uma quinta eleição em pouco mais de dois anos, que será convocada se um governo não conseguir alcançar uma maioria de 61 deputados.
“Tenho esperança de que os eleitos ouçam o povo de Israel, sejam sábios o suficiente para ouvir o seu apelo por uniões não convencionais, pela cooperação, por trabalho construtivo e dedicado em prol dos cidadãos israelitas”, indicou, citado pela agência noticiosa norte-americana Associated Press.
Israel é há 12 anos dirigido pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, líder do Likud (direita), o partido mais votado nas legislativas apesar de o seu chefe ser acusado de suborno, fraude e abuso de confiança.
Netanyahu nega todas as acusações e acusa os ‘media’, as forças de segurança e o sistema judiciário de uma “caça às bruxas” para o afastar do cargo.O seu julgamento por corrupção recomeça na próxima semana, quando Rivlin se encontra com ele e outros líderes partidários.
Com os seus aliados ultraortodoxos e nacionalistas, mais alinhados ideologicamente com o Likud (30 lugares), Netanyahu consegue 52 votos no parlamento.No bloco “qualquer um exceto Bibi”, nome pelo qual é conhecido Netanyahu, os partidos têm pouco em comum além da oposição ao primeiro-ministro cessante. Juntam 57 votos e também não conseguem uma maioria.
Existem ainda dois partidos que não se comprometeram com qualquer dos lados: o Yamina (direita radical, sete deputados), de Naftali Bennett, e o partido islâmico Raam (quatro lugares), de Mansour Abbas. A eleição de 23 de março foi desencadeada pelo fracasso do governo em aprovar o orçamento, que fez cair um executivo de coligação com sete meses.