Bioeconomia da floresta e informações florestais são algumas das atividades do SFB para conservar e restaurar as florestas brasileiras
“Restauração florestal: um caminho para a recuperação e o bem-estar”. Esse é o tema escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o Dia Internacional das Florestas, comemorado neste domingo (21). As ações do Serviço Florestal Brasileiro (SFB) para o desenvolvimento econômico e sustentável da cobertura florestal brasileira visam fortalecer as cadeias da bieconomia da floresta, de reflorestamento, além das concessões florestais, da produção de informações florestais e do fomento florestal.
O diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Valdir Colatto, entende que o fomento de produtos florestais madeireiros e não madeireiros, oriundos do manejo sustentável, é o caminho para a conservação da cobertura florestal brasileira.
“Possuímos a segunda maior área de florestas do mundo, a produção florestal não madeireira representa cerca de 35% do montante do extrativismo florestal. Nos últimos 10 anos, a produção florestal não madeireira vem aumentando a cada ano e os ingressos totalizam mais de R$ 10 bilhões, distribuídos nas diversas regiões brasileiras. Em relação ao manejo de produtos madeireiros, o programa de concessão florestal arrecadou, em 2020, cerca de R$ 28 milhões. Esse valor representa o melhor resultado até desde o início da atividade”, afirmou Colatto.
Florestas Plantadas – O Brasil não só detém uma das maiores áreas de florestas naturais do planeta como também é referência internacional em termos de desenvolvimento de florestas plantadas. Além da sua importância econômica, pois representa mais de 90% da fonte de matéria prima para o abastecimento industrial, possui também grande relevância do ponto de vista ambiental. As florestas plantadas são uma das estratégias mais relevantes para combater os efeitos negativos das mudanças climáticas.
Para o diretor de Pesquisa e Informações Florestais do SFB, Humberto Mesquita, o Brasil vem buscando incentivar os reflorestamentos, ampliando sua base de produção e diversificando sua base produtiva, considerando as oportunidades que o país apresenta para negócios florestais”.
“Os reflorestamentos são iniciativas relevantes também na estratégia de recuperação de áreas degradadas e de passivos ambientais como oportunidade de atrelar ações de recuperação com geração de renda no campo”, afirmou Humberto Mesquita.
Bioeconomia da Floresta – A produção florestal não madeireira extraída de florestas naturais ganha destaque devido à importância para as comunidades locais tanto pela segurança alimentar dessas famílias tanto pela comercialização dos produtos. No Brasil, essa produção extraída das florestas arrecada cerca de R$ 1,6 bilhão por ano.
A Amazônia ocupa 420 milhões de hectares, 49,3% do território brasileiro, e apresenta uma cobertura florestal estimada em 320 milhões de hectares. Conforme os dados do IBGE, os principais produtos não madeireiros extraídos das florestas naturais do bioma Amazônia são: o fruto do açaí, a castanha da Amazônia e a amêndoa de babaçu. De acordo com a Embrapa, em 2019, a produção de castanha foi de 32 mil toneladas, que geraram uma arrecadação de R$135 milhões. Em relação ao açaí, foram produzidas 222 mil toneladas, que arrecadaram R$ 588 milhões. Os valores mostram a importância de fomentar a bioeconomia da floresta, que gera renda para os extrativistas e conserva a biodiversidade brasileira.
Informações Florestais – O SFB é uma das instituições responsáveis pela produção de informações sobre os recursos florestais brasileiros. Um dos instrumentos é o Inventário Florestal Nacional (IFN). Em 2020, a apresentação dos resultados parciais do IFN, em nível nacional, foi finalizada. Até o momento, o SFB já coletou dados em 25 estados e no Distrito Federal, totalizando uma área inventariada de cerca de 428,7 milhões de hectares (50,3% do território nacional). Além das 18 Unidades da Federação com coletas concluídas, outros 8 estados tiveram as coletas realizadas em parte de seus territórios: Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí e São Paulo. Os dados apresentados nos relatórios são importantes ferramentas de construção de políticas públicas.
O SFB ainda articulou, em 2020, ações de fomento para a ampliação da cobertura vegetal nativa. O trabalho foi feito em conjunto com o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF), o Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC), o Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (CFDD) do Ministério da Justiça, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal (FSA/CEF). As ações desenvolvidas visam a promoção da recuperação florestal em áreas de preservação permanente localizadas em bacias hidrográficas, cujos mananciais de superfície contribuem, direta ou indiretamente, para o abastecimento de regiões metropolitanas com alto índice de criticidade hídrica.
Reflorestamento – O SFB coordena técnica e executivamente o Centro de Desenvolvimento Florestal (CDFS), Programa Arboretum, que trabalha com a produção de sementes e mudas de qualidade e com alta representatividade da diversidade florestal nativa. Além disso, associa essa produção à promoção do conhecimento técnico-científico aplicado, o que possibilita a geração de renda nas comunidades rurais envolvidas na produção florestal.
O Arboretum produziu mais de 1,5 milhão de mudas para recomposição florestal em mais de mil hectares de Mata Atlântica. Atualmente, o CDFS apresenta a maior dinâmica no Brasil em termos de geração de dados, manejo e silvicultura da biodiversidade florestal. São 551 espécies manejadas, uma média de 200 espécies florestais nativas dão entrada anualmente no Laboratório de Sementes Florestais e o viveiro produz, simultaneamente, mais de 300 espécies florestais.
O CDFS atua numa estratégia que otimiza os processos da cadeia de recomposição florestal, agrega, na produção, a geração de informações sobre a silvicultura e o manejo de espécies nativas e contribui para a geração de renda e valorização da floresta. O Centro fornece também assistência técnica florestal e logística para que comunidades rurais entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo produzam sementes e mudas florestais.
O Programa Arboretum será o modelo que subsidiará o Programa Caixa Refloresta. O Refloresta visa a execução de projetos de coleta de sementes, de produção de mudas e de plantio de 10 milhões árvores nos seis biomas brasileiros.
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