De acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, o embaixador Anatoly Antonov foi chamado a Moscovo “para consultas a fim de analisar o que fazer e até onde ir nas relações com os Estados Unidos”, no dia em que os serviços de inteligência norte-americanos acusaram Moscovo de ter interferido nas eleições presidenciais de 2020.
A diplomacia russa lembrou que o Presidente norte-americano, Joe Biden, já está há quase dois meses no poder, pelo que este é um “motivo adequado para tentar perceber o que está a correr bem com o novo Governo” dos EUA.
“Para nós, o importante é definir quais podem ser os caminhos para melhorar as relações russo-americanas, que estão a passar por uma situação grave e que Washington conduziu a um beco sem saída, nos últimos anos”, explicou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Svetlana Zakharova.
As relações entre Moscovo e Washington sofreram hoje mais um golpe, depois de os serviços de inteligência norte-americanos terem denunciado a existência de interferência russa nas eleições presidenciais de 2020, sob orientação direta do Presidente russo, Vladimir Putin.
Além disso, ainda hoje, durante uma entrevista televisiva, Joe Biden acusou Vladimir Putin de ser um “assassino” e garantiu que ele pagaria “um preço” se viessem a ser comprovadas as ações de interferência nas eleições norte-americanas.
O Kremlin reagiu imediatamente e descreveu essas acusações como infundadas, garantindo que a Rússia está preparada para proteger os seus interesses em face de uma possível nova ronda de sanções por parte dos Estados Unidos.”É histeria devido à impotência. Putin é o nosso Presidente. E um ataque contra ele é um ataque contra o nosso país”, escreveu Viatheeslav Volodine, presidente da câmara baixa do Parlamento russo, na sua conta da rede social Telegram.
“Com as suas declarações, Biden insultou os cidadãos do nosso país”, acrescentou Volodine, que já foi o número dois do Governo russo entre 2011 e 2016. Horas depois, Zakharova disse que a Rússia tem interesse em evitar “a degradação irreversível” das relações com os Estados Unidos, “se os americanos estiverem conscientes dos riscos que isso implica”.