“Estamos preocupados com a informação vinda de lá, que indica um número crescente de vítimas entre a população civil”, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov, durante o seu ‘briefing’ diário.
Peskov também considerou “alarmante” a situação em Myanmar (antiga Birmânia), depois de, na quinta-feira, terem sido mortos mais manifestantes. Estas declarações marcam um endurecimento do tom da Rússia, dois dias depois de o Conselho de Segurança da ONU ter condenado “veementemente” a violência contra os manifestantes anti-golpe, e a China ter criticado a junta militar no poder.
O golpe militar, no dia 01 de fevereiro, atingiu a frágil democracia de Myanmar depois da vitória do partido de Aung Sang Suu Kyi nas eleições de novembro de 2020. Os militares tomaram o poder alegando irregularidades durante o processo eleitoral do ano passado, apesar de os observadores internacionais terem considerado a votação legítima.
Desde então, milhares de pessoas têm-se manifestado contra o golpe militar, sobretudo na capital económica, Rangum, e em Mandalay, a segunda maior cidade do país, e cerca de 80 pessoas já morreram nos protestos e mais de 1700 foram detidas.
Nas últimas semanas, os generais birmaneses têm intensificado o recurso à força para enfraquecer a mobilização a favor do regresso do Governo civil, com milhares de pessoas a descerem às ruas em desfiles diários.