O protesto, designado “Desfilar, mas não celebrar” também registou a presença de homens, em particular o primeiro-ministro designado, Albin Kurti, e ainda com a presença da presidente do parlamento, e chefe de Estado interina, Vjosa Osmani.
As participantes agitaram bandeiras e utensílios de cozinha em protesto contra a violência doméstica no Kosovo, uma sociedade patriarcal com centenas de caso de violência doméstica registados anualmente pela polícia.
Luljeta Aliu, uma mãe solteira com dois filhos, referiu-se aos seus problemas durante mais de três anos, quando um tribunal analisava a partilha de bens. Esta situação levou-a a promover um projeto-lei sobre direitos de propriedade iguais para as mulheres.
“O obstáculo mais difícil no Kosovo não é apenas a sociedade. São os guardiões da mentalidade patriarcal que pode ser encontrada nos tribunais ou na polícia ou entre os professores na universidade”, disse à AP.
Os cerca de 1,8 milhões do Kosovo são na larga maioria de origem albanesa e religião muçulmana, e este território caracteriza-se por uma forte sociedade patriarcal na qual as mulheres são vítimas de violência doméstica e discriminação social.
A presença de deputadas no parlamento aumento a partir de 2000 quando foi imposta uma quota de 30%, mas não tem sido totalmente respeitada e ainda não é óbvio se será cumprida no novo parlamento eleito há um mês.
Vjosa Osmani espera que o novo parlamento confirme em breve a sua eleição definitiva para Presidente, tornando-se a segunda mulher nesse cargo desde a guerra (1998-1999).O Kosovo, antiga província sérvia, autoproclamou a independência em 2008, e é reconhecido pela maioria dos países ocidentais.
No entanto, e para além da Sérvia, a Rússia, China ou Índia, cinco Estados-membros da União Europeia incluem-se os países que recusaram legitimar a declaração de independência, que Belgrado considera à margem da lei internacional.