O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov (foto), disse hoje que as sanções visam “prejudicar significativamente as relações já degradadas” entre a Rússia e o Ocidente. Peskov referiu-se nomeadamente às divergências que marcam os grandes temas internacionais como as acusações persistentes contra a Rússia sobre ingerências eleitorais, espionagem e ataques informáticos de grande escala.
“Nós consideramos que tais restrições (sanções) são absolutamente inaceitáveis”, disse Peskov mostrando-se “perplexo” face a “decisões absurdas e injustificadas”. “[As sanções] não são mais do que ingerências em assuntos internos da Rússia”, acrescentou o porta-voz do Kremlin.
Para Peskov, as acusações sobre os serviços secretos russos no caso do envenenamento de Navalny são “escandalosas”. “Nós só podemos lamentar que os nossos adversários recorram a estes métodos, que têm um efeito destrutivo nas relações bilaterais”, disse Peskov frisando que a Rússia vai responder com sanções, na defesa dos interesses do país.
Os Estados Unidos anunciaram na terça-feira sanções contra sete altos responsáveis russos, incluindo o chefe dos serviços secretos (FSB), Alexandre Bortnikov; o chefe dos serviços penitenciários, Alexandre Kalashikove Serguei Kirienko, colaborador do presidente da Rússia.
A União Europeia formalizou, também na terça-feira, a aplicação de sanções contra quatro altos funcionários russos. Peskov sublinhou ainda que as sanções norte-americanas “não vão ter qualquer efeito”. O caso relacionado com Navalny, membro da oposição envenenado com um gás nervoso de fabrico militar soviético, em 2020, tem vindo a degradar as relações entre Moscovo e o Ocidente e a prisão do oposicionista no passado mês de janeiro, na Rússia, intensificou protestos por parte de apoiantes no país além das posições internacionais.