Um dos maiores nomes da história do esporte japonês, a ex-ciclista e patinadora Seiko Hashimoto foi confirmada como sucessora de Yoshiro Mori à frente do Comitê Organizador Tóquio 2020. O ex-dirigente renunciou na última sexta após muita pressão por ter feito comentários machistas e sexistas. Hashimoto ocupava o cargo de Ministra Olímpica e foi nomeada em reunião do Comitê Executivo realizada nesta quinta-feira.
– Estou assumindo uma responsabilidade enorme. Sinto que preciso me preparar – disse, em declaração reproduzida pela Agência Reuters.
O nome de Seiko Hashimoto, de 56 anos, ganhou força assim que a saída de Mori passou a ser encarada como inevitável. Sua nomeação foi encarada como uma resposta às declarações do ex-presidente, além de uma tentativa de estancar a crise com uma maior diversidade no comando dos Jogos.
Hashimoto fez sua estreia olímpica nos Jogos de Inverno de Sarajevo, em 1984. Foram sete participações olímpicas no total, saindo de cena após Atlanta 1996. No currículo, uma medalha de bronze na prova de 1.500m de patinação de velocidade nos Jogos de Albertville, em 1992. No ciclismo, seu melhor resultado foi com um quinto lugar na velocidade nas Olimpíadas de Seul, em 1988.
Antes mesmo de deixar o esporte, Hashimoto ingressou na vida política com um mandato na Casa de Conselheiros, em 1995. Filiada ao Partido Democrata, tem ocupado cargos públicos desde então. Mãe de três filhos, chegou a ser vice-presidente do Comitê Olímpico do Japão e assumiu como ministra olímpica em setembro de 2019.
O Primeiro Ministro do Japão, Yoshihide Suga, nomeou outra mulher para a vaga de Hashimoto como Ministra Olímpica. Tamayo Marukawa, de 50 anos, volta ao posto após quatro anos. Ela passou um ano no cargo em 2016 ainda sob a administração do ex-Primeiro Ministro Shinzo Abe.
Presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach se pronunciou através da assessoria de imprensa da entidade comemorando a nomeação de Hashimoto.
– Com a grande experiência olímpica dela, tendo conquistado uma medalha, participado de sete edições dos Jogos e tendo liderado a delegação japonesa múltiplas vezes, ela é a escolha perfeita para esta posição. Vai assegurar que o foco nos meses finais de preparação fique na experiência dos atletas enquanto planeta cotas as medidas necessárias de combate à Covid. A experiência política dela como Ministra e em outras funções vai ajudar a entregar Jogos de sucesso. (…) Ao nomear uma mulher, o Comitê ainda envia uma mensagem importante sobre igualdade de gênero – diz a nota.