Em reunião online nesta quarta-feira, 3, com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, um grupo de 18 senadores destacou a importância da relação comercial entre os países e reiterou a necessidade de as duas nações manterem a parceria no fornecimento de insumos para produção de vacinas contra a covid-19. A audiência foi organizada pela senadora Kátia Abreu (PP-TO), que deverá assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores do Senado nas próximas semanas.
Kátia Abreu destacou a longa história de cooperação entre o país asiático e o Brasil, e afirmou que a imunização contra o novo Coronavírus é um assunto prioritário para o Senado Federal e que questões ideológicas não devem estar em questão.
“Esse relacionamento está acima dos mandatos desses senadores e de presidentes da República. Vacina não é instrumento de política, vacina é instrumento de saúde pública e de preservação da vida. Essa é a disposição do Senado Federal. A viabilização e a distribuição da vacina são obrigação do governo. Queremos a solução dos problemas relacionados a produção e aplicação da vacina”, afirmou a senadora durante a reunião remota.
O embaixador afirmou que a demora no envio dos insumos para a produção da Coronavac no Brasil foi de caráter técnico, não político, e já está resolvido. “Os insumos que o Brasil receberá até a primeira quinzena de fevereiro dará para produzir 8,6 milhões de doses de Coronavac e 7,5 milhões de AstraZeneca”, destacou Wanming. Em janeiro, o governo brasileiro assinou contrato para compra de 100 milhões de doses da Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac.
De acordo com o embaixador, a China utiliza hoje de forma emergencial as vacinas chinesas Coronavac e a Sinopharm. No Brasil, apenas a primeira teve aprovação da Anvisa. Wanming pediu interlocução dos senadores e dos governos estaduais com o Ministério da Saúde a fim de aprovar o uso emergencial da Sinopharm. Não foi apresentado até o momento interesse de fornecimento de insumos ou compra da Sinopharm pronta.
“Nesses dias, vários estados brasileiros manifestaram um desejo de comprar mais vacinas chinesas e a nossa embaixada está facilitando a comunicação direta entre eles e as empresas chinesas”, disse o embaixador. “A vacina da Sinopharm ainda não obteve a autorização para uso emergencial no Brasil. Se os estados puderem convencer o Ministério da Saúde, o Governo Federal, organizar o processo de compras, acho que as questões legais e de suprimento poderiam ser solucionados com mais facilidade. Agora, as vacinas de Sinopharm são mais usadas em todo o mundo”, acrescentou.
Senadores – Dezoito senadores participaram da reunião remota, a maioria deles integrantes da CRE. O atual presidente da comissão, Nelsinho Trad (PSD-MS), afirmou que “a boa diplomacia entre China e Brasil sempre deve ser exaltada e perpetuada”.
O senador pelo Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), destacou que “o Brasil precisará da aceleração desses insumos para que chegue o mais rapidamente possível aos municípios”. “Meu estado precisa urgentemente dessa vacina”, afirmou. O senador Fabiano Contarato (REDE-ES) agradeceu à China pela cooperação. “Não estamos com nenhum discurso ideológico porque estamos todos imbuídos no mesmo propósito de mitigar os dados dessa pandemia”, disse.
A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) reforçou a importância da parceria mútua. “Todos sabem que essa relação é de extrema importância para ambos países e que a opinião de uns não quer dizer a opinião de todos os brasileiros e muito menos do Senado como um todo”, disse. O senador Jean Paul Prates (PT-RN) também afirmou que a Casa se manterá como um “canal aberto”. “A China é o nosso maior parceiro comercial e devemos ter diálogos múltiplos, não apenas com o governo”, sublinhou o parlamentar. (Ascom/Senadora Kátia Abreu)