Os mártires do triste acontecimento no Azerbaijão são lembrados nesta quarta-feira (20), como um importante momento de reflexão e referência à memória daqueles que morreram pela nossa liberdade. Há 31 anos, em 20 de janeiro de 1990, as tropas soviéticas invadiram Baku, capital do Azerbaijão, para reprimir o movimento de independência do Azerbaijão.
Naquele dia, o massacre perpetrado pelas tropas soviéticas contra a população civil teve uma crueldade sem precedentes, deixando 133 mortos e mais de 700 feridos. Por vários dias, 26.000 soldados reprimiram os manifestantes, disparando contra as multidões sem avisar e matando pessoas inocentes.
Entre as vítimas estavam idosos, mulheres, crianças e até mesmo a equipe médica. A invasão foi realizada como uma resposta violenta à demanda popular de independência no Azerbaijão.
Mesmo depois de tanta crueldade, a liderança soviética não foi capaz de impedir a busca pela liberdade do povo azerbaijano e, finalmente, o Azerbaijão declarou a restauração de sua independência em 18 de outubro de 1991.
Talvez o evento mais importante na tragédia do Janeiro Negro não tenha ocorrido em Baku, mas em Moscou. No dia seguinte a invasão das forças soviéticas na capital do Azerbaijão, Heydar Aliyev, que havia sido secretário do partido comunista no Azerbaijão, membro do Politburo soviético e oficial de segurança sênior, foi aos escritórios da representação permanente do SSR do Azerbaijão na capital soviética para lançar sua sorte com o povo azerbaijano e, portanto, contra o regime soviético do qual ele havia feito parte. Essa ação teve suas principais consequências.
Apesar das drásticas restrições impostas aos repórteres internacionais para cobrir este evento, reportagens sobre crimes cometidos pelo exército soviético foram publicadas na imprensa internacional. O massacre ficou conhecido no mundo como Janeiro Negro. Apesar de suas trágicas consequências, o dia 20 de janeiro marcou a história do Azerbaijão como uma das páginas mais gloriosas. Todos os anos, neste dia, centenas de milhares de azerbaijanos visitam a Avenida dos Mártires para homenagear as vítimas do Janeiro Negro. Movimento de libertação que começou muito antes deste evento se tornou irreversível após este dia.
Este ano, a data será lembrada em uma situação completamente nova – durante setembro/novembro de 2020 o glorioso exército do Azerbaijão, sob a liderança do Presidente Ilham Aliyev, libertou os territórios do Azerbaijão da ocupação armênia que durou quase 30 anos e esta vitória é um tributo à memória dos mártires que sacrificaram suas vidas no dia sangrento de 20 de janeiro de 1990. A memória dessas pessoas permanecerá em nossos corações para sempre.
“20 de janeiro é o dia em que todo azerbaijano, não importa onde ele esteja, relembra os nomes desses heróis que lutaram contra a opressão soviética. Eu, como testemunha deste dia, posso dizer que no dia 20 de janeiro de 1990 o povo azerbaijano decidiu que não há caminho de volta ao Império Soviético, o único caminho à frente é o rumo a liberdade e a independência”, Elkhan Polukhov, embaixador do Azerbaijão no Brasil (foto)
Brasil – O Brasil foi um dos primeiros países da América Latina que reconheceu a independência do Azerbaijão e estabeleceu relações diplomáticas com a jovem república em 1993. Baku vê Brasília como um parceiro forte e confiável na arena internacional e esta abordagem recebe resposta adequada do governo da República Federativa do Brasil.
Ambos os países compartilham uma visão comum em uma série de questões da agenda internacional e cooperação no crescimento político, econômico, cultural e outras esferas, dia a dia, tornando nossa relação com a verdadeira amizade entre nossas nações amigas.