Em 2015, o Irã e o Grupo dos 5+1 (China, França, Rússia, Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha) acordaram em Viena um PAIC (Plano de Ação Integral Conjunto) para resolver a questão nuclear iraniana depois de 12 anos de tensão. O acordo, do qual Estados Unidos se retiraram em 2018 sob o mandato de Donald Trump, foi aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU na resolução 2231.
O acordo, do qual Estados Unidos se retiraram em 2018 sob o mandato de Donald Trump, foi aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU na resolução 2231. O acordo oferece ao Irã uma flexibilização das sanções internacionais em troca que limite drasticamente seu programa nuclear e garanta que não adotará a bomba atômica.
O texto contém também uma regra de expiração, que permite reativar todas as sanções adotadas pela ONU contra o Irã de 2006 e 2015 se Teerã “não respeitar seus compromissos”. Estados Unidos tentaram, em vão, ativá-la em 2020. “Desde o princípio, [o guia supremo Ali Khamenei] não estava de acordo com esta regra de expiração, [mas esta] foi concebida contra sua vontade”, afirmou Ali Akbar Velayati, conselheiro de Khamenei, em uma entrevista na segunda-feira publicada no site número um no Irã.
“Nas próximas negociações, este mecanismo terá que ser abandonado sem dúvida, já que se trata de um princípio absurdo”, acrescentou Velayati, que aconselha o guia supremo em assuntos diplomáticos. O pacto está em perigo desde que Estados Unidos se retiraram do acordo em 2018 antes de restabelecer e intensificar as sanções econômicas em nome de uma política de “máxima pressão” contra o Irã, o que afundou o país em uma dura recessão.
Como resposta, desde 2019 Teerã viola gradualmente a maioria dos compromissos de Viena para pressionar, até agora sem sucesso, os demais sócios do acordo para que o ajudem a contornar as sanções americanas. O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, que assume o poder em 20 de janeiro, afirmou querer integrar novamente o PAIC, mas Teerã exige que seu eventual retorno seja alvo de negociações.