Representantes da União Europeia (UE) e de entidades internacionais, como as Organizações do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e dos Estados Americanos (OEA), condenaram a invasão ao Congresso dos Estados Unidos liderada por apoiadores do presidente Donald Trump.
Em uma publicação nas redes sociais, o comissário para a Economia da União Europeia, Paolo Gentiloni, comentou o protesto, afirmando que são “imagens que nunca quisemos ver”.
Já Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, ressaltou que o Congresso americano “é um templo da democracia” e “testemunhar as cenas desta noite em Washington é um choque”. “Confiamos nos EUA para assegurar uma transferência pacífica de poder para Joe Biden”, completou.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também disse acreditar na “força das instituições e da democracia dos Estados Unidos. “A transição pacífica do poder está no centro. Joe Biden ganhou as eleições. Estou ansiosa para trabalhar com ele como o próximo presidente dos EUA”, acrescentou.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, por sua vez, qualificou as cenas em Washington de “chocantes” e enfatizou que “o resultado dessa eleição democrática precisa ser respeitado”.
Em nota, a OEA também condenou “os ataques contra instituições que estão sendo perpetrados hoje nos Estados Unidos por manifestantes que desconhecem os recentes resultados eleitorais”. “A democracia tem seu pilar fundamental na independência dos Poderes do Estado, que devem atuar totalmente livres de pressões”.
Além disso, a OEA ressaltou a necessidade de “recuperar a racionalidade e encerrar o processo eleitoral de acordo com a Constituição e os procedimentos institucionais correspondentes”.Entretanto, o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, lamentou as “cenas profundamente perturbadoras no Capitólio”.
“Os votos dos cidadãos devem ser respeitados. Confiamos que os Estados Unidos garantirão a proteção das regras da democracia”, disse.Para o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, as cenas são “vergonhosas”. “Os EUA são um símbolo da democracia no mundo e é vital agora que haja uma transferência de poder ordenada e pacífica”.
Por fim, o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, disse que “a violência contra as instituições americanas é um sério atentado à democracia”. “A vontade e o voto do povo americano devem ser respeitados”.
Até agora, o governo de Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou. No Brasil, apenas os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, respectivamente, e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, condenaram o ato.