Esta foto de arquivo tirada em 21 de junho de 2006 mostra o estilista francês Pierre Cardin (ao centro) participando da exibição de sua coleção especial no Palácio Ciragan em Istambul. – (crédito: MUSTAFA OZER / AFP)
O estilista francês Pierre Cardin, um profissional visionário e pioneiro do prêt-à-porter, faleceu nesta terça-feira (29/12), aos 98 anos – anunciou sua família à AFP.
Filho de imigrantes italianos que se transformou em um empresário mundialmente conhecido, Cardin morreu esta manhã no hospital americano de Neuilly, ao oeste de Paris.
“É um dia de muita tristeza para toda a nossa família, Pierre Cardin se foi. O grande estilista que foi, atravessou o século, deixando à França e ao mundo um legado artístico único no mundo, mas não só”, escreve. sua família em um comunicado.
“Temos orgulho de sua ambição tenaz e da ousadia que demonstrou ao longo de sua vida. Homem moderno com múltiplos talentos e energia inesgotável, desde muito cedo se envolveu nos fluxos de globalização de mercadorias e comércio”, prossegue o texto. .
Pierre Cardin abriu um “estande” em uma loja de departamentos antes de muitos outros e fez desfile de homens. Da mesma forma, adotou um sistema de licenciamento em larga escala que lhe garantiu difusão mundial, estampando seu nome em produtos tão diversos como gravatas, cigarros, perfumes ou água mineral.
“A costureira mais velha”
“Sou o costureiro mais velho”, disse Cardin à AFP em uma entrevista em 2019, aos 96 anos, na qual reconheceu que estava preparando sua sucessão e contou com três criadores de sua oficina para continuar desenhando roupas futurísticas.
Pierre Cardin começou a trabalhar como aprendiz de alfaiate e aos 14 anos já sabia fazer os seus próprios desenhos, uma habilidade rara no mundo da moda hoje que lhe permitiu traduzir as suas ideias em peças reais.
A história de Cardin se confunde com a da moda. Treinado na casa de Christian Dior, ele a deixou em 1950 para fundar sua própria empresa, e apresentou sua primeira coleção em 1953. “Na Dior aprendi elegância, obviamente”, disse ele.
Sempre pioneiro, logo foi para a Ásia, onde gozou de grande reputação: a partir de 1957 viajou para o Japão, então em plena reconstrução, e organizou desfiles na China desde 1979. O seu “museu” pessoal, situado em Saint-Ouen (periferia de Paris), cobre 3.500 m2 de moda, 3.500 m2 de mobiliário e alberga cerca de 10 mil modelos que guardou desde o início da sua carreira.